O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, declarou hoje (24) que a reforma agrária em seu país é uma "dívida histórica" que o governo tem com os agricultores, enquanto milhares de trabalhadores rurais organizam uma marcha em Assunção para amanhã (25), para pressionar as autoridades a acelerar o processo de redistribuição de terras.
Em discurso durante cerimônia de início de construção de uma fazenda cooperativa, em Cambyretá (sul do país), Lugo disse que a reforma agrária está em andamento, mas "não no ritmo que desejávamos".
"Reconhecemos que as reivindicações dos camponeses são justas. A reforma agrária é uma dívida histórica com o campesinato paraguaio", disse o presidente, citado pelo jornal paraguaio Última Hora.
Andrés Cristaldo/Efe
A 17º marcha camponesa, a ser realizada nesta quinta-feira, é organizada pela Federação Nacional Camponesa, na capital do país. Entre as reivindicações do movimento, estão a implementação da reforma agrária, o apoio à produção nacional, o cumprimento das promessas eleitorais de Lugo e o combate à “sojização” da agricultura.
Para Lugo, nas primeiras edições do protesto, que é anual, a sociedade via os lavradores com desconfiança, medo e preconceito. “Mas a Federação Nacional Camponesa tem demonstrado ao longo destes 17 anos de marchas consecutivas em Assunção um alto senso cívico e de maturidade política”, disse ele, segundo a agência de notícias IP Paraguay.
Segundo a agência de notícias paraguaia Jakueke, o comandante da polícia nacional paraguaia, José Visitación Giménez, anunciou que colocará 1,5 mil homens à disposição para garantir a segurança da manifestação.
Para o agricultor Marcial Gómez, membro da Federação, o progresso do país depende da reforma agrária e do desenvolvimento da produção nacional.
Tempo ruim
Os organizadores afirmaram que, apesar das condições meteorológicas adversas que prejudicaram a agricultura do país nos últimos dias, esperam reunir "uma boa quantidade" de manifestantes.
De acordo com a Jakueke, os primeiros agricultores já estão chegando à concentração, no antigo Seminário Metropolitano de Assunção, de donde partirão para o congresso paraguaio, amanhã cedo.
As atividades paralelas à marcha, que acontecem desde hoje à tarde, incluem uma exposição fotográfica, palestras sobre a vida nos assentamentos e um debate sobre a reforma agrária.
fonte: OperaMundi
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