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Agroquímicos: Os venenos continuam à nossa mesa

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Kansas - Dust in the Wind

Reflexão...

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César Chávez

Filme

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Waiting for Superman

Charlie Brown Jr. - Não é sério

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Essa música dispensa comentários, uma critica a mídia e acima de tudo um convite à revolução da mentalidade dos jovens.



Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
Não é sério

Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
Não é sério

Sempre quis falar
Nunca tive chance
Tudo que eu queria
Estava fora do meu alcance
Sim, já
Já faz um tempo
Mas eu gosto de lembrar
Cada um, cada um
Cada lugar, um lugar
Eu sei como é difícil
Eu sei como é difícil acreditar
Mas essa porra um dia vai mudar
Se não mudar, pra onde vou...
Não to cansado de tentar de novo
Passa a bola, eu jogo o jogo

Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
Não é sério

A polícia diz que já causei muito distúrbio
O repórter quer saber porque eu me drogo
O que é que eu uso
Eu também senti a dor
E disso tudo eu fiz a rima
Agora tô por conta
Pode crer que eu tô no clima
Também tô no clima
Eu to no clima

Também to no clima

Eu to no clima

Revolução na sua vida você pode você faz
Quem sabe mesmo é quem sabe mais
Revolução na sua mente você pode você faz
Quem sabe mesmo é quem sabe mais
Revolução na sua vida você pode você faz
Quem sabe mesmo é quem sabe mais
Também sou rimador, também sou da banca
Aperta um do forte que fica tudo a pampa

Eu to no clima
Também to no clima

Eu to no clima

(repete tudo)
Sempre quis falar....

Chegando por aqui Negra Li, família RZO
Adeus maluco só

O que eu consigo ver é só um terço do problema
É o Sistema que tem que mudar
Não se pode parar de lutar
Senão, não muda
A Juventude tem que estar a fim
Tem que se unir
O abuso do trabalho infantil, a ignorância
Faz diminuir a esperança
Na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério
Então Deixa ele viver. É o que Liga.

Usina de Belo Monte, por Maurício Gomide Martins

quarta-feira, 28 de abril de 2010


Ouvimos comentário de um economista a soldo do governo federal, a propósito das manifestações contrárias dos ambientalistas, dizendo textualmente que “o empreendimento de Belo Monte representa de fato um pequeno prejuízo para o meio ambiente, mas, em compensação, um grande progresso para a nação. Este lucro é muito mais importante do que aquele prejuízo”.

Outro economista, em artigo publicado em importante revista nacional sobre o mesmo assunto, diz que “o Brasil precisa dessa energia.” Alega ainda que a usina tem capacidade para gerar 11.000 MW em 2015, força necessária para manter o crescimento do PIB brasileiro em 5% ao ano, acrescentando que o empreendimento “vai produzir enormes benefícios e melhorar a qualidade do desenvolvimento brasileiro.”

Só enxergam resultados econômicos lucrativos, nunca as conseqüências. Não percebem que tais ações se apóiam em recursos naturais finitos, componentes do nosso meio vital, base e sustentáculo de toda ação humana. Nosso propósito é fazer uma análise de tais afirmações e da teimosia política governamental de levar avante a desastrosa construção da usina hidroelétrica referida.


Para gerar energia será represada a maior parte do Rio Xingu em um trecho conhecido como Volta Grande, no Pará. Canais levarão a água até uma casa de máquinas, enquanto uma porção do rio ficará com o fluxo de água reduzido. (Foto: EIA-RIMA/Montagem Globo Amazônia)

Para gerar energia será represada a maior parte do Rio Xingu em um trecho conhecido como Volta Grande, no Pará. Canais levarão a água até uma casa de máquinas, enquanto uma porção do rio ficará com o fluxo de água reduzido. (Foto: EIA-RIMA/Montagem Globo Amazônia)


Os técnicos em economia, na ânsia equivocada ou tendenciosa de convencer ingênuos e preguiçosos cérebros não pensantes, fizeram um cotejo irracional, confrontando grandezas diferentes e defendendo o desenvolvimento do PIB. Como podemos comparar tamanho de um brinco de ouro com a capacidade torácica de um enfermo? A perda de um brinco não afeta a vivência; a falta de ar mata o vivente. Em certas circunstâncias, a perda de uma fatia de pão de um miserável mendigo é maior que a perda de 50 toneladas de farinha de trigo de um rico empresário. Vemos perfeitamente que tais comentaristas têm uma visão dirigida a um único objetivo: crescimento. É isso! Vamos crescer, crescer, crescer, até que alguma coisa se estoure. Porque nada no universo cresce sem parar. Nem a torre de Babel, que queria atingir o céu. A própria Natureza nos ensina: tudo tem um limite de crescimento.

Os esforçados formadores de opinião, pelo visto, ainda não têm noção do que seja meio ambiente. Não sabem que a perda de meio ambiente é morte. Que sua preservação faz parte da Vida. Vida com V maiúsculo, referida pelos antigos pensadores gregos pela palavra “Zoé”, significando a vida permanente, universal, energética, ampla. Ao contrário de “Bios”, atinente à vida individual de um ser, com existência limitada, cíclica, restrita no tempo.

Interpretando aquelas argumentações, com vistas à realidade planetária, na verdade o “pequeno prejuízo do meio ambiente” é grande prejuízo para o todo (Zoé). E o “grande progresso, desenvolvimento, PIB da nação”, e outras mazelas, são visões estreitas e materialistas de bens supérfluos, destinados a atender vaidades e vícios de consumo e conforto corporal (Bios). Teria apenas o objetivo de ampliação e fortalecimento transitório de ilusões egoísticas e passageiras de alguns poucos indivíduos que ressumem a vida em apenas ações de ganha-ganha. Essa teimosia política e irracional nada mais é que um ato injusto de transformação das poucas reservas da Vida universal em satisfação irresponsável de sonhos megalomaníacos de entesouramento. Seria o mesmo que tirar o pouco do pobre para dar ao abastado rico.

Entendemos que falta a significativa parte da humanidade consciência do que seja “meio ambiente”. Exprime, simplesmente, “condição essencial de manutenção de um processo”. No caso de que tratamos, o “meio ambiente” é “o conjunto básico para a manutenção da Vida no planeta Terra”.

A sábia Natureza levou milhões de anos para estabelecer o necessário equilíbrio ambiental para a manutenção da biodiversidade. Agora, um governo irresponsável e em final de mandato, que declarou “realizarei esse projeto de qualquer jeito”, insiste em comprometer as gerações futuras com seus caprichos infantis, na intenção de prolongar eternamente sua autoridade temporal, à moda dos antigos visionários faraós egípcios.

Evidentemente, esse presidente está possuído pelos espíritos faraônicos e se afasta mais do bom senso cada vez que percebe escapar-lhe das mãos o poder terreno. É a ganância exacerbada pelo poder, objetivo de todo político profissional. Seus atos insensíveis para com a Natureza, incluídos os indígenas que ali habitam, demonstram a mesma índole destruidora que dominava a mente dos antigos portugueses quando invadiram o Brasil.

E esse prejudicial projeto tecnológico de transformar parte do meio ambiente em lucros – em evidente contradição às palavras insinceras proferidas no Fórum de Copenhague – está clamando aos céus para que “algum sábio ou uma inteligência superior desça sobre nossas cabeças”.

Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista e articulista do EcoDebate, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.

Nota: o livro “Agora ou Nunca Mais“, está disponível para acesso integral, gratuito e no formato PDF, clicando aqui.

EcoDebate, 27/04/2010

Pré-estréia dos filmes do 'Cinema Nosso'

Imagem do filme "Amanhecer", com Ricardo Fernandes e Milton Gonçalves. Foto: Arquivo Cinema Nosso.

Imagem do filme "Amanhecer", com Ricardo Fernandes e Milton Gonçalves. Foto: Arquivo Cinema Nosso.

O Cinema Nosso tem o orgulho de apresentar, no dia 06 de maio (quinta-feira), às 19h, no Cine Odeon BR, a Produtora Escola Cinema Nosso, que irá mostrar ao público convidado a pré-estreia das suas quatro obras cinematográficas e das demais produções audiovisuais realizadas ao longo deste primeiro ano de sua existência.

Na telona do Cine Odeon BR, um dos maiores patrimônios culturais do Rio de Janeiro, serão exibidos os filmes “Feliz Páscoa”, “Amanhecer”, “Tá Bom Aí?” e “Família Vegan”, primeiro episódio da série de animação. A concepção das ideias das quatro obras cinematográficas foi totalmente realizada pelos próprios alunos da Produtora Escola Cinema Nosso.

Além dos filmes, também serão apresentados os trabalhos da turma de Videografismo da Produtora-Escola: as vinhetas de abertura do programa “Espelho”, apresentado por Lázaro Ramos no Canal Brasil, e da Mostra Geração do Festival do Rio 2009, além dos créditos do documentário “Luto Como Mãe” (2009), do diretor Luis Carlos Nascimento.

Filmes

“Feliz Páscoa” – teve direção e roteiro assinados pelo aluno André Tavares, e contou com a colaboração da cineasta Kátia Lund (“Cidade de Deus”, “Crianças Invisíveis”). O filme é um curta-metragem que mostra uma família da classe média carioca aparentemente normal, cujos pais escondem da filha pequena o fato de traficarem drogas sintéticas. O elenco é composto pelos atores Gilberto Hernandes, Flávia Coutinho e a protagonista Júlia Klein.

Imagem do filme Tá Bom Aí. Foto: Arquivo Cinema Nosso.

Imagem do filme Tá Bom Aí. Foto: Arquivo Cinema Nosso.

“Amanhecer” – é outro curta-metragem que narra o momento crucial em que um jovem revela ao pai que é homossexual. A direção é assinada pela aluna Mariana Campos e conta com a colaboração do diretor Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”, “Jardineiro Fiel”, “Ensaio Sobre a Cegueira”). O filme mistura elementos de ficção com documentário, quando mostra um bate papo informal entre jovens que contam como foram suas experiências reais de revelar a homossexualidade. O elenco é composto pelo ator Milton Gonçalves e o protagonista Ricardo Fernandes.

“Tá Bom Aí?” – é o primeiro documentário da Produtora Escola. Dirigido pela aluna Tamiris Lourenço, o filme contou com a ajuda do diretor Roberto Berliner (“Herbet de Perto”, “A Pessoa É Para O Que Nasce”) e aborda os hábitos alimentares de algumas famílias do subúrbio carioca, hábitos estes que privilegiam mais a economia doméstica do que a própria saúde.

Imagem do filme de animação "Familia Vegan". Foto: Arquivo Cinema Nosso.

Imagem do filme de animação "Familia Vegan". Foto: Arquivo Cinema Nosso.

“Família Vegan” – é uma série de animação infantil, dirigido pela educadora do Cinema Nosso e do Centro Técnico Audiovisual (CTAV), Ana Rita Nemer, e animada pelos alunos da Produtora Escola, Pedro Ryan e Christian Proença. Com roteiro redigido pelo aluno André Tavares, a história apresenta uma família com hábitos peculiares aos costumes onívoros da sociedade: os vegans não se alimentam de qualquer tipo de carne nem consomem produtos de origem animal.

Cinema Nosso

O Cinema Nosso é uma organização social, cuja missão institucional é ampliar o universo cultural e contribuir para o desenvolvimento do senso crítico de crianças, adolescentes e jovens oriundos das classes populares através da linguagem audiovisual.

Oferecemos cursos em diversas linguagens e tecnologias associadas à produção audiovisual (cinema e animação) para adolescentes e jovens e estudantes da rede pública de ensino nos municípios do Rio de Janeiro e São Gonçalo, e Grande Rio.

Filme Feliz Pascoa, com a imagem de Camila em frente ao mercado. Foto: Arquivo Cinema Nosso.

Filme Feliz Pascoa, com a imagem de Camila em frente ao mercado. Foto: Arquivo Cinema Nosso.

Nossa metodologia está focada no fortalecimento da capacidade de comunicação de nossos alunos. Pretendemos que ao final dos cursos eles tenham conhecimento necessário para expressar com clareza e força suas próprias ideias.

Estamos situados na Rua do Resende, 80, Lapa, Rio de Janeiro, e oferecemos regularmente oficinas que abordam as mais diversas técnicas e teorias cinematográficas, sempre de forma gratuita e focada para o público jovem.

Nosso espaço comporta ainda uma sala de cinema com 57 lugares, onde semanalmente são exibidos filmes independentes e fora do circuito comercial. Além disso, é um espaço onde acontecem encontros de cineclubes, como o Cine Vegan e o Cineclube Cinema Nosso. Sempre após as sessões, há debates sobre os filmes exibidos, proporcionando uma excelente interação cultural entre os espectadores.

Conheça o Cinema Nosso: www.cinemanosso.org.br

Serviço:

Dia: 06 de maio de 2010 (quinta-feira)
Local: Cinema Odeon Petrobras (Praça Floriano, 7, Cinelândia, Rio de Janeiro / RJ)
Horário: 19h

Pré-estreia dos filmes:
- Feliz Páscoa (2010, direção: André Tavares; colaboração: Kátia Lund);
- Amanhecer (2010, direção: Mariana Campos; colaboração: Fernando Meirelles; participação especial Milton Gonçalves);
- Tá Bom Aí? (2010, direção: Tamiris Lourenço; colaboração: Roberto Berliner e Dib Lutfi);
- Família Vegan (direção: Ana Rita Nemer; roteiro: André Tavares), lançamento do 1º episódio da série de animação.

Apresentação dos trabalhos em Videografismo da Produtora Escola:
- Vinheta de abertura do programa “Espelho”, do Canal Brasil;
- Vinheta de abertura da Mostra Geração do Festival do Rio 2009;
- Exibição dos créditos do documentário “Luto Como Mãe” (2009, dir: Luis Carlos Nascimento).


As loucuras de nossa época

Não há outra saída senão chamar as coisas por seus nomes. Aqueles que conservam um mínimo de sentido comum podem observar, sem grande esforço, quão pouco resta de realismo no mundo atual. Quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, Michael Moore declarou: "agora seja digno dele!".

Muitas pessoas gostaram do engenhoso comentário pela agudeza da frase, embora muitos não vissem outra coisa na decisão do Comitê norueguês além de demagogia e exaltação à aparentemente inofensiva politicagem do novo presidente dos Estados Unidos, um cidadão afro-norte-americano, bom orador e político inteligente, à frente de um império poderoso envolvido numa profunda crise econômica.

A reunião mundial de Copenhague estava prestes a acontecer e Obama despertou as esperanças de um acordo vinculante, no qual os Estados Unidos se somariam a um consenso mundial para evitar a catástrofe ecológica que ameaça a espécie humana. O que lá aconteceu foi decepcionante, a opinião pública internacional foi vítima de um doloroso engano.

Na recente Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática e Direitos da Mãe Terra, realizada na Bolívia, foram expressas respostas cheias da sabedoria das antigas nacionalidades indígenas, invadidas e virtualmente destruídas pelos conquistadores europeus que, em busca de ouro e riquezas fáceis, impuseram durante séculos suas culturas egoístas e incompatíveis com os interesses mais sagrados da humanidade.

Duas notícias recebidas ontem expressam a filosofia do império tentando fazer com que acreditemos em seu caráter "democrático", "pacífico", "desinteressado" e "honesto". Basta ler o texto dessas informações procedentes da capital dos Estados Unidos.

"Washington, 23 de abril de 2010.— O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, avalia a possibilidade de desenvolver um arsenal de mísseis com ogivas convencionais, não nucleares porém capazes de atingir alvos em qualquer lugar do mundo em aproximadamente uma hora e com capacidade explosiva potentíssima".

"Se, por um lado, a nova superbomba, montada em mísseis do tipo Minuteman, não terá ogivas atômicas, por outro, sua capacidade de destruição será equivalente, tal como confirma o fato de que sua dispersão está prevista no acordo START 2, assinado recentemente com a Rússia".

"As autoridades de Moscou reclamaram e conseguiram fazer figurar no acordo, que para cada um destes mísseis, os Estados Unidos deve eliminar um de seus foguetes providos de ogivas nucleares".

"Segundo as notícias do New York Times e da rede de televisão CBS, a nova bomba, batizada PGS (Prompt Global Strike) deverá ser capaz de matar o líder de Al Qaeda, Ossama Bin Laden, em uma gruta do Afeganistão, destruir um míssil norte-coreano em plena preparação ou atacar um silo nuclear iraniano, ‘tudo isso sem trespassar o umbral atômico’".

"A vantagem de dispor como opção militar de um arma não nuclear, que tenha os mesmos efeitos de impacto localizado de uma bomba atômica é considerada interessante pelo governo de Obama".

"O projeto foi colocado inicialmente pelo predecessor de Obama, o republicano George W. Bush, mas foi bloqueado pelos protestos de Moscou. Tendo em conta que os Minuteman também transportam ogivas nucleares, as autoridades de Moscou disseram que era impossível estabelecer que o lançamento de um PGS não fosse o início de um ataque atômico".

"Contudo, o governo de Obama considera que pode dar à Rússia ou à China garantias necessárias para evitar mal-entendidos. Os depósitos dos mísseis da nova arma serão instalados em lugares distantes dos depósitos de ogivas nucleares e poderão ser inspecionados periodicamente por especialistas de Moscou ou de Pequim".

"A superbomba poderia ser lançada com um míssil Minuteman, capaz de voar através da atmosfera à velocidade do som e carregando quinhentos quilos de explosivos. Equipamentos ultrasofisticados permitirão ao míssil largar a bomba e fazer com que caia com extrema precisão nos alvos escolhidos".

"A responsabilidade do projeto PGS — com um custo estimado de US$ 250 milhões, somente em seu primeiro ano de experiências — foi encarregada ao general Kevin Chilton, que tem sob seu comando o arsenal nuclear norte-americano. Chilton explicou que o PGS cobrirá um buraco no leque de opções com que o Pentágono conta atualmente".

"'Neste momento, podemos atacar com armas não nucleares qualquer recanto do mundo, em um espaço de tempo não menor a quatro horas’, disse o general. ‘Para uma ação mais rápida — reconheceu — contamos somente com opções nucleares’".

"No futuro, com a nova bomba, os Estados Unidos poderão atuar rapidamente e com recursos convencionais, tanto contra um grupo terrorista quanto contra um país inimigo, em um período ainda mais curto e sem provocar a ira internacional pelo emprego de armas nucleares".

"Prevê-se que os primeiros testes começarão em 2014, e que, em 2017 estaria disponível no arsenal estadunidense. Obama já não estará no poder, no entanto, a superbomba pode ser a herança não nuclear deste presidente, que obteve o prêmio Nobel da Paz."

"Washington, 22 de Abril de 2010. — Uma nave espacial não tripulada da Força Aérea dos Estados Unidos descolou nesta quinta-feira na Flórida, em meio de um véu de segredo sobre sua missão militar".

"A nave-robô espacial, X-37B, foi lançada de Cabo Cañaveral mediante um foguete Atlas V, às 19h52 locais (23h52 GMT), segundo um vídeo distribuído pelo exército".

"’ O lançamento é iminente’, disse à AFP o major da Força Aérea, Angie Blair".

"Parecido com uma nave espacial em miniatura, o avião tem 8,9 metros de comprimento e 4,5 metros de envergadura".

"A fabricação do veículo espacial reutilizável demorou anos e o exército tem dado poucas explicações sobre seu objetivo ou seu papel no arsenal militar."

"O veículo está desenhado para ‘proporcionar o meio ambiente de um ‘laboratório em órbita’, a fim de testar novas tecnologias e componentes antes que estas tecnologias sejam designadas a programas de satélites em funcionamento’, disse a Força Aérea em um comunicado recente".

"Alguns funcionários informaram que o X-37B aterrisará na base da Força Aérea Vandenberg, na Califórnia, mas não disseram quanto durará a missão inaugural".

"’Para ser honestos, não sabemos quando voltará’, disse esta semana aos jornalistas o segundo subsecretário de programas espaciais da Força Aérea, Gary Payton".

"Payton assinalou que a nave poderia permanecer no espaço até nove meses".

"O avião, fabricado pela Boeing, começou como um projeto da agência espacial estadunidense (NASA), em 1999, e depois foi transferido à Força Aérea, que visa o lançamento de um segundo X-37B em 2011."

Será que é necessária mais alguma coisa?

Obstáculo

Hoje existe um colossal obstáculo: a mudança climática já irreversível. Faz-se referência ao inevitável aumento de calor em mais de dois graus centígrados. Suas conseqüências serão catastróficas. A população mundial em apenas 40 anos aumentará em dois bilhões de habitantes, e atingirá a cifra de nove bilhões de pessoas, nesse breve tempo.

Cais, hotéis, balneários, vias de comunicação, indústrias e instalações próximas aos portos, ficarão sob a água em menos tempo do que se precisa para desfrutar a metade de sua existência uma geração de um país desenvolvido e rico, que hoje, de maneira egoísta, se recusa a fazer o menor sacrifício para preservar a sobrevivência da espécie humana. As terras agrícolas e a água potável diminuirão consideravelmente. Os mares ficarão poluidos; muitas espécies marinhas deixarão de ser consumíveis e outras desaparecerão. Isto não é afirmado pela lógica, mas sim pelas pesquisas científicas.

O ser humano conseguiu incrementar, através da genética natural e da transferência de variedades de espécies de um continente para o outro, a produção por hectare de alimentos e outros produtos úteis ao homem, que aliviaram durante um tempo a escassez de alimentos como o milho, a batata, o trigo, as fibras e outros produtos necessários. Mais tarde, a manipulação genética e o uso de fertilizantes químicos contribuíram também para a solução de necessidades vitais, porém estão chegando ao limite de suas possibilidades para produzir alimentos sadios e aptos para serem consumidos.

Ciência x pobreza

Por outro lado, em apenas dois séculos estão se esgotando os recursos do petróleo, que a natureza demorou 400 milhões de anos em formar. Do mesmo modo, esgotam-se os recursos minerais vitais não renováveis dos quais precisa a economia mundial. Por sua vez, a ciência criou a capacidade de autodestruir o planeta várias vezes em questão de horas. A maior contradição em nossa época é, precisamente, a capacidade da espécie para se autodestruir e sua incapacidade para se governar.

O ser humano conseguiu aumentar as possibilidades de vida até limites que ultrapassam sua própria capacidade de sobreviver. Nessa batalha, consome aceleradamente as matérias-primas ao alcance de suas mãos. A ciência tornou possível a conversão da matéria em energia, como aconteceu com a reação nuclear, ao custo de enormes investimentos, mas não se vislumbra sequer a viabilidade de converter a energia em matéria.

O gasto infinito dos investimentos nas pesquisas pertinentes vem demonstrando a impossibilidade de conseguir em umas poucas dezenas de anos o que o universo demorou dezenas de bilhões de anos em criar. Será necessário que o menino pródigo Barack Obama nos explique? A ciência cresceu extraordinariamente, mas a ignorância e a pobreza também crescem. Por acaso, alguém pode demonstrar o contrário?

Fidel Castro Ruz

25 de Abril de 2010

18h30.


Fonte: Granma

Votação Ficha Limpa em 7 dias!!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Caros amigos,

Semana que vem o congresso irá votar na Ficha Limpa, podendo eliminar das eleições candidatos com ficha criminal. Um movimento sem precedentes surgiu - juntos nós conseguimos 1,9 milhões de assinaturas e inundamos nossos parlamentares com mensagens e telefonemas.

Agora estamos na reta final. Dezenas de deputados respondem a processos por corrupção, e eles tentarão de tudo para convencer os outros a votarem contra a Ficha Limpa. A nossa pressão tem que ser mais forte.

O voto será apertado e somente uma mobilização popular *massiva* poderá garantir que a Ficha Limpa passe.Todo brasileiro precisa ter a chance de levar a sua voz ao congresso – encaminhe este alerta para os seus amigos e familiares para ultrapassarmos a nossa meta de 2 milhões de nomes:


Eles tentaram acabar com o projeto em cada passo: no grupo de trabalho, em plenária, e de volta à comissão. Nós lutamos muito por esta votação e conseguimos! Semana que vem será a votação que ira definir se o Brasil do futuro será uma verdadeira democracia ou se continuará a ser governado por interesses corruptos. Todo brasileiro precisa tirar dois minutos do seu tempo para aderir à Ficha Limpa, é o mínimo que podemos fazer pelo nosso país.

Caso você já tenha assinado a petição e divulgado para os seus amigos, há um link na página da petição para uma central de mobilização onde você pode continuar a pressionar o seu deputado ligando e insistindo para ele votar a favor da Ficha Limpa. Tudo que fizermos na próxima semana - assinando, encaminhando emails, ligando, falando sobre o assunto no trabalho ou com a família – contribuirá para o movimento nacional massivo que precisamos. Para começar, assine abaixo:


Com esperança,

Graziela, Ricken, Alice, Pascal, Luis, Paul, Iain e toda a equipe Avaaz

Saiba mais sobre a Ficha Limpa:

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral:

ONGs reforçam pressão por projeto 'Ficha Limpa':

Temer quer votar Ficha Limpa no início de maio:


*E-mail veiculado por Graziela Tanaka - Avaaz.org

‘Uma nova regulação do capitalismo não resolverá a crise do sistema mundial’. Entrevista com François Houtart

Os movimentos de resistência à globalização, “globalifóbicos” ou “altermundialistas”, apesar de sua heterogeneidade e seu caráter contestador, tiveram a virtude de advertir sobre a necessidade de respostas e mudanças mais radicais aos desequilíbrios gerados por um predomínio dos mercados financeiros internacionais. Apelidados de “utópicos”, acabaram sendo os mais realistas, mesmo que algumas vozes continuam sem ser devidamente atendidas.

Essa opinião é de François Houtart, sacerdote católico e intelectual marxista, fundador e diretor do Centro Tricontinental da Universidade Católica de Louvain, Bélgica. É um dos principais referenciais intelectuais do chamado “altermundialismo”. Houtart teve também a oportunidade de participar da formação de uma geração de sociólogos latino-americanos que estudaram em Louvain entre os anos 60 e 80, sentando as bases dos estudos de sociologia da religião no nosso continente.

Mais recentemente, integrou a comissão de notáveis presidida no ano passado por Joseph Stiglitz e encarregada pelo secretário-geral da ONU para elaborar recomendações sobre como enfrentar a crise econômica global. Ele esteve em Buenos Aires, convidado para falar na Conferência Internacional “Direitos Humanos e democratização: entre público e privado, entre local e global”, organizada pela Universidade Nacional de San Martín e várias ONGs internacionais.

Eis a entrevista.

Passou-se mais de uma década desde o surgimento do chamado “movimento antiglobalização”. Como o senhor, um de seus inspiradores, lembra de seus momentos principais?

Podemos situar um momento das origens do que nós passamos a chamar de “altermundialismo” em 1999, quando, a partir da iniciativa de um grupo de movimentos sociais de diferentes continentes organizamos uma contra-conferência ao Fórum de Davos, na Suíça. Isso teve uma grande repercussão. Estavam ali oMovimento dos Sem Terra do Brasil, os sindicatos operários daCoreia do Sul, cooperativas agrícolas de Burkina Faso, movimentos de mulheres do Canadá e o movimento de desempregados daFrança, junto com um grupo de intelectuais e acadêmicos comoSusan George, Samir Amin e Ricardo Petrella. Podemos ir ali e brindar nossa palavra, enquanto estavam reunidos os representantes e líderes das economias mais ricas e as instituições financeiras mundiais. Fizemos um grande barulho, e, desde então, se começou a falar de “o outro Davos”.

Que resultados obtiveram? O que propuseram então foi antecipação às crises que viriam anos mais tarde?

Naquela coletiva de imprensa, dissemos que não podíamos continuar assim, que era preciso reorientar a economia mundial. E como os brasileiros estavam ali conosco, deles veio a ideia doFórum Social Mundial, frente ao Fórum Econômico Mundial de Davos, que foi organizado dois anos depois. Desde então, já foram organizados nove Fóruns Sociais Mundiais e outros também continentais, nacionais, temáticos, e são centenas de milhares de pessoas que se mobilizaram durante esses anos. Dois fóruns foram organizados fora da América Latina, um em Mumbai, na Índia, e outro em Nairóbi, na África, mas a maioria aconteceu na América Latina, o que teve um impacto positivo, segundo acredito, também sobre a evolução política do continente. A conquista principal foi desenvolver uma consciência coletiva mundial nova e, por outro lado, ser um lugar onde se constituíram ou se reforçaram muitas redes de movimentos e de temáticas sobre a água, sobre aAmazônia, a vida campesina etc.

O senhor propôs verdadeiras alternativas ou ficou no meramente contestador?

Fazer conhecer determinadas situações é fundamental. Não estamos falando de de sistemas ideológicos contrapostos ou confrontados, mas sim de uma experiência histórica que também está se esgotando, e precisamos de alternativas de futuro. Há uma lógica que está destruindo o planeta.

Um exemplo concreto?

Um exemplo é a agroenergia, que se propõe como uma solução à crise ambiental e energética, e não é. De fato, a combustão dos motores ou a produção de dióxido de carbono é menor quando se utilizar etanol ou agrodiesel, mas quando se toma todo o processo de produção, de transformação, de distribuição dessa energia, a conclusão é que, em geral, não é melhor, porque destroem-se as selvas, destrói-se a biodiversidade, contaminam-se os solos, a água. Por outro lado, é uma solução muito marginal para a energia. Por exemplo, na Europa, que decidiu utilizar 20% de energia de origem agrícola para o ano 2020, nos transportes, com toda a produção de agroenergia, neste momento, daqui até 2020, podemos esperar só responder ao aumento da demanda, não à demanda total. Nesse aspecto também não é uma solução. E, por outro lado, se se quer que a agroenergia tenha uma certa contribuição para enfrentar a crise energética, devem-se utilizar milhões de hectares de terras na Ásia, na África e na América Latina, porque não existem terras suficientes na Europa, e isso pode levar à expulsão de pelo menos 60 milhões de agricultores de suas terras. Isso já está acontecendo na África, na América Latina e em certas regiões da Ásia também.

No entanto, existe um fenômeno de profunda reconversão produtiva, revolução tecnológica e dos alimentos e vivemos um ciclo de crescimento que parece inclusive recobrar sua dinâmica depois da crise financeira de 2008. Como se compatibiliza isso com a crise do capitalismo que o senhor descreve?

Vamos à análise dessa última grande crise. Naquele momento, se reuniu no marco da Assembleia Geral da ONU uma comissão de notáveis presidida pelo prêmio Nobel Joseph Stiglitz. Eu tive a oportunidade de participar nela como representante pessoal do presidente da Assembleia Geral, que era Miguel D’Escoto, ex-chanceler nicaraguense. Ali ficaram fixadas grandes posições diante da crise e se concordou sobre a proposta de estabelecer novas regulações ao sistema econômico internacional, que havia saído do seu leito normal. Nessa orientação, coincidiam tanto os que queriam poucas regulações e transitórias, como o G-20, e uma posição mais neokeynesiana, a favor de regulações mais fortes e permanentes. Por exemplo: abolir os paraísos fiscais, o segredo bancário, instituir uma nova instituição de controle global da economia etc. Evidentemente, a maioria dessas propostas não foram aceitas pelas Nações Unidas.

O senhor acha que essas respostas, o ajuste ou a reforma do sistema, são suficientes?

Sim. Mas fora desse consenso mais amplo, surgem no entanto outras duas propostas. A primeira é a do próprio capitalismo liberado de ataduras, uma posição quase naturalista – se poderia dizer “darwinista” – que consiste em dizer que as grandes crises são saudáveis para o próprio sistema, porque permitem eliminar os elementos “fracos” ou “enfermos”, e assim retomar o processo de reacodomodação de maneira mais sadia, e a economia sairá assim fortalecida e pujante. Mas há uma terceira opção e é a de dizer: estamos em uma situação tal, não apenas de uma crise financeira ou econômica, mas sim de uma combinação de crises, alimentar, energética, climática e finalmente uma crise social profunda, entendendo que uma nova regulação do capitalismo não resolverá a crise do sistema mundial.

O que isso significa concretamente?

Significa retomar o que poderíamos chamar de “os fundamentos da vida coletiva” da humanidade na Terra, começando pela nossa relação com a natureza. Significa passar da exploração ilimitada dos recursos ao respeito como fonte de vida. Significa, evidentemente, uma nova filosofia e, de maneira muito concreta, que não é aceitável a propriedade privada irrestrita dos recursos naturais não renováveis e particularmente dos recursos energéticos e que não se pode aceitar que coisas tão essenciais para a vida como a água sejam regidas exclusivamente pela lógica do mercado. Isso questiona também as posturas do socialismo do século XX que estava dentro da mesma filosofia de um progresso sem fim e de uma natureza inesgotável. Se não fizermos isso, vamos continuar destruindo a natureza e autodestruindo as nossas sociedades humanas, levando-as a um ponto de saturação e de catástrofes sem retorno. Calculou-se que a cada ano o período de recuperação da natureza termina mais cedo. Embora seja um cálculo um pouco abstrato, vale a pena levá-lo em consideração: no ano passado, esse tempo de recuperação terminou no dia 23 de setembro. Isto é, no dia 23 de setembro de 2009, esgotamos, pela atividade humana, toda possibilidade de recuperação do planeta. E a cada ano essa data se adianta. Significa que esse tipo de modelo, subsumido pela economia e desprovido de valores éticos, deve ser repensado no curto, médio e longo prazo. Como dizemos: outro mundo é possível.


*A reportagem é de Fabián Bosoer, publicada no jornal Clarín, 18-04-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.


(Ecodebate, 27/04/2010) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

 

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