Assim como em Portugal, não há uma data exata da chegada do hino em terras brasileiras. Contudo, sabe-se que seu canto foi amplamente difundido na grande Greve Geral promovida por anarcossindicalistas em São Paulo em 1917. É certo, todavia, que o Hino dos trabalhadores aportou em terras tupiniquins junto com trabalhadores imigrantes portuguêses, espanhóis e italianos.
A letra matém-se muito próxima a versão de Neno Vasco. Mas mantém versos antimilitaristas (Verás que nossas balas, são para os nossos 'Generais' - o equivalente a 'Brigadeiro' em Portugal), isto poderia ser explicado pela participação distinta dos militares portugueses e brasileiros na política em seus respectivos países. Enquanto no Brasil tivemos um Golpe de Estado Militar (1964) de caráter reacionário empenhado em desmobilizar pela repressão toda e qualquer organização popular, em Portugal, ao contrário, os militares fizeram uma Revolução democrática social e pró-trabalhadores(Revolução dos Cravos) em 1974.
A Internacional
De pé, ó vítimas da fome
De pé, famélicos da terra
Da idéia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra
Cortai o mal bem pelo fundo
De pé de pé não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo ó produtores
Senhores patrões chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum
Para não ter protestos vãos
Para sair desse antro estreito
Façamos nós com nossas mãos
Tudo o que a nós nos diz respeito
O Crime do rico a lei o cobre
O estado esmaga o oprimido
Não há direitos para o pobre
Ao rico tudo é permitido
A opressão não mais sujeitos
Somos iguais todos os seres
Não mais deveres sem direitos
Não mais direitos sem deveres
Abomináveis na grandeza
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu
Queremos que nos restituam
O povo quer só o que é seu
Nós fomos de fumo embriagados
Paz entre nós guerra aos senhores
Façamos greve de soldados
Somos irmãos trabalhadores
Se a raça vil cheia de galas
Nos quer à força canibais
Logo verás que as nossas balas
São para os nossos generais
Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo
Pertence a terra aos produtivos
Ó parasita deixa o mundo
Ó parasita que te nutres
Do nosso sangue a gotejar
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol te fulgurar
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A internacional
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A internacional
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