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Planeta Terra, Planeta Água

quarta-feira, 7 de abril de 2010

No último dia 22 de março de 2010, foi comemorado o Dia Mundial da Água e o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou que a água contaminada ou de má qualidade gera mais mortes do que todas as formas de violência, incluindo-se a guerra. O documento intitulado: “Água Doente” foi elaborado pelo Programa para o Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês). O estudo afirma que, pelo menos, 1,8 bilhão de crianças com menos de 5 anos de idade morrem por ano em decorrência da “água doente”, o que representa uma morte a cada 20 segundos. Por isso, alerta para a necessidade de adoção de medidas urgentes. O pior é que mesmo com o alerta pouco se tem falado na mídia em geral sobre um tema assaz importante para a humanidade.

Se na atualidade os países imperialistas brigam pelo petróleo, não está longe o dia em que a água será o elemento de discórdia e litígio no mundo capitalista. A água é o bem mais precioso da humanidade, pois é fonte de vida. Não importa quem somos, o que fazemos, onde vivemos, nós dependemos dela para viver. Entretanto, por maior que seja a importância da água, as indústrias continuam poluindo os rios e suas nascentes, esquecendo o quanto ela é essencial para nossas vidas e para sobrevivência da vida na terra.

A Terra deveria ser chamada de planeta-água! Até porque as águas ocupam 71% da superfície do planeta, além do potencial hídrico subterrâneo que é 100 vezes maior que o potencial das águas superficiais. Do total da água, apenas 0,63% é água doce e grande parte dela é imprópria para consumo. A água subterrânea é a mais pura que existe e representa uma reserva permanente. A parte de água doce do planeta que é viável para aproveitamento pelo ser humano é de 14 mil Km3/ano. Caso se mantenha a taxa de crescimento da população mundial, em 1,6% ao ano e o consumo de água per capita se mantiver, o planeta terá 50 anos garantidos e a partir disso a procura será maior que a demanda. Daí a necessidade de preservação dos recursos hídricos. Em todo mundo, 10% da utilização da água vai para o abastecimento público, 23% para a indústria e 67% para a agricultura.

No Brasil, existe água disponível para todos, mas ela cada vez mais está sendo privatizada. Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do mundo, ou seja, temos a maior reserva de água doce do planeta, não obstante, não é uniforme em todo o território nacional. A poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões do País. A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo. O volume d’água do rio Amazonas é o maior do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta. Ao mesmo tempo, é também uma das regiões menos habitadas do Brasil. Temos no Brasil alguns dos maiores recordes encontrados no Planeta Água: maior rio do Mundo (Rio Amazonas com 7.025 Km de extensão), Quedas de água com os maiores fluxos de água do Planeta (Guaíra com 13.301.000 m3 por segundo de água – hoje encoberta sob o lago de Itaipu, Queda de Paulo Afonso no Rio São Francisco com 2.830.000 m3 por segundo, Urubupungá no Rio Paraná com 2.745.000 m3 por segundo. Temos ainda um dos maiores lagos do planeta, a Lagoa dos Patos com 10.1444 Km2 de área e com uma profundidade de 6,75 m.

Os dados que são utilizados pela mídia mundial são que toda a água disponível na terra, 97,6% está concentrada nos oceanos. A água fresca corresponde aos 2,4% restantes. Você acha 2,4% pouco? Então leia isso: destes 2,4% somente 0,31% estão concentrados nos pólos na forma de gelo. Resumindo: de toda a água na superfície da terra menos de 0,02% está disponível em rios e lagos na forma de água fresca pronta para consumo. O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade. A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas. Segundo dados estatísticos, existem hoje 1,1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso à água doce. Estas mesmas estatísticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10 bilhões de indivíduos. Hoje a população mundial é de 6,8 bilhões de seres humanos.

Espantado e assustado com estas informações? Então, é preciso arregaçar as mangas, realizando-se doravante uma reflexão, uma análise, uma campanha em defesa da água potável, através de seminários e palestras, dentro das associações de bairros, nos sindicatos laborais e patronais, partidos políticos, escolas particulares e públicas, em todas as universidades, para elaboração de medidas práticas na resolução deste problema vital a vida humana na terra.

Conscientizar a todos é preciso, haja vista, que somente 0,008% do total da água do nosso planeta é própria para o nosso consumo, sendo que, nos últimos anos, grande parte das fontes de água potável (rios, lagos, lagoas e represas) estão sendo poluídas, contaminadas e degradadas pelas ações predatórias do homem. Situação extremamente preocupante, pois faltará num futuro breve a água para o consumo de grande parte da população mundial. Acordemos a tempo, pois a água doce é um recurso finito na natureza e que mal utilizado, mais cedo ou mais tarde, fará uma falta danada a humanidade.


*Por Elcio Cavalcante, professor de história em Fortaleza.

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