Se você acha que o gráfico ao lado já coloca o nosso país mal em matéria de distribuição da terra, é porque ainda não sabe que esta semana o Ipea divulgou novos dados, informando que o ídice de Gini sobre concentração da propriedade rural Brasileira não é mais esse que aparece no gráfico, com base no ano de 2000. Subiu para 0,854, e quanto mais perto de 1, mais concentração ele detecta.
O agronegócio, cantado em prosa e verso, reponde por apenas 3% do emprego rural. Entretanto, 70% dos alimentos produzidos no Brasil vêm da agricultura familiar. Trinta milhões de brasileiros vivem no campo, 16% da população. A renda média destas pessoas era de R$ 360, mesnos da metade da renda média urbana.
A coordenadora de Desenvolvimento Rural da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Brancolina Ferreira diz que ” “grande parte da mídia demoniza os movimentos sociais que lutam pela reforma agrária. Eles contribuíram muito para a democratização no campo, que ainda tem um longo caminho a percorrer”. E acrescenta: “A questão da concentração do patrimônio rural no Brasil precisa ser resolvida. O fortalecimento da democracia implica distribuir melhor esse patrimônio”.
A terra, até mais que a energia, é um bem limitado. Na questão do acesso a ela, nem mesmo o discurso do “esperar o bolo crescer para dividir” pode funcionar.
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