O presidente dos EUA confirmou que se reunirá na terceira semana de fevereiro com o dalai-lama que, além de representar os tibetanos que exigem autonomia em relação a Pequim, é considerado por Barack Obama como “referência internacional da luta pela liberdade de religião”.
O encontro foi preparado desde 2009, mas se dá em um momento delicado. As relações com a China acabam de ser abaladas pela venda de 4,6 bilhões de dólares em armas dos EUA, inclusive antimísseis, ao governo “rebelde” de Taiwan. Além de alardear o teste de novas armas, o presidente Hu Jintao suspendeu toda cooperação militar bilateral com Washington e impôs sanções a todas as empresas estadunidenses que participarem dessa venda.
A China vê a reunião com o líder tibetano como uma provocação e chegou mesmo a insinuar uma retaliação: “Escolher este momento para receber o dalai-lama é ameaçar a confiança e cooperação entre China e EUA. De que serviria isso para controlar a atual crise financeira?”
Se cumprida a ameaça implícita de inundar o mercado com bônus do Tesouro dos EUA, seria desastroso para o financiamento do déficit estadunidense. Mas, se Obama se sentisse tentado a voltar atrás, isso seria politicamente suicida: seria pintado como um covarde por inimigos e aliados, num momento em que sua popularidade está em baixa e os conservadores o acusam de “socialista”. Preferiu apostar que os chineses não ousarão abalar a tal ponto a economia mundial, pois seria como atirar no próprio pé.
fonte: Carta Capital
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