Desde agosto do ano passado temos publicado notícias vindas da Grécia, porém as séries de acontecimentos de grande envergadura na Grécia vem sendo preparada desde 2006, quando estudantes ocuparam mais de 350 faculdades no país.
No último dia 15 de maio foi a vez do Partido Comunista Grego dar provas da sua capacidade de mobilização e convocar um comício próprio para expor suas teses de abril. Teses no qual o partido chama os trabalhadores a formarem um governo popular e começar a organizar o poder e a economia grega desde baixo, até uma planificação nacional. Segundo nota do KKE “Os setores socializados, assim como os cooperativos – de produção e consumo – deverão ser incluídos num sistema económico de planificação e de administração centralizada e nacional, a fim de que todos os meios de produção e toda mão de obra possa ser mobilizados”. Agindo desta forma o partido comunista grego joga todas as fichas nas mobilizações populares e na derrota do governo e da União Européia na tentativa de salvar o capitalismo neste país.
No mesmo passo de derrotar o governo, no último dia 20 de maio os trabalhadores, junto a suas centrais sindicais, decretaram a quinta greve geral desde fevereiro. A série de greves gerais na Grécia mostra que os trabalhadores não topam tudo para salvar o capitalismo de suas crises. Isso de certa forma apavora os “senhores do universo”, uma vez que a dívida pública que deu origem ao colapso grego não se limita ao país helênico, outras nações européias (Portugal e Espanha) já estão em alerta para o FMI e UE. E em terras tupiniquins vêm-se insistentemente aumentando a dívida pública. As mobilizações gregas vêm ganhando adesão desde as primeiras greves setorizadas, quando o governo social-democrata vinha fatiando as reformas para evitar que se chegasse ao nível do arrocho que se tem hoje. E o grande medo dos capitalistas é que o exemplo da Grécia (em todos os sentidos) não se alastre para outros países europeus.
Esse exemplo seria o cavalo de tróia dos “mercados” em superar o mais rápido possível a atual crise de estruturação do capital. E o aumento das mobilizações seria o presente de grego dos trabalhadores aos patrões.
As propostas do KKE
No último dia 15 de maio foi a vez do Partido Comunista Grego dar provas da sua capacidade de mobilização e convocar um comício próprio para expor suas teses de abril. Teses no qual o partido chama os trabalhadores a formarem um governo popular e começar a organizar o poder e a economia grega desde baixo, até uma planificação nacional. Segundo nota do KKE “Os setores socializados, assim como os cooperativos – de produção e consumo – deverão ser incluídos num sistema económico de planificação e de administração centralizada e nacional, a fim de que todos os meios de produção e toda mão de obra possa ser mobilizados”. Agindo desta forma o partido comunista grego joga todas as fichas nas mobilizações populares e na derrota do governo e da União Européia na tentativa de salvar o capitalismo neste país.
No mesmo passo de derrotar o governo, no último dia 20 de maio os trabalhadores, junto a suas centrais sindicais, decretaram a quinta greve geral desde fevereiro. A série de greves gerais na Grécia mostra que os trabalhadores não topam tudo para salvar o capitalismo de suas crises. Isso de certa forma apavora os “senhores do universo”, uma vez que a dívida pública que deu origem ao colapso grego não se limita ao país helênico, outras nações européias (Portugal e Espanha) já estão em alerta para o FMI e UE. E em terras tupiniquins vêm-se insistentemente aumentando a dívida pública. As mobilizações gregas vêm ganhando adesão desde as primeiras greves setorizadas, quando o governo social-democrata vinha fatiando as reformas para evitar que se chegasse ao nível do arrocho que se tem hoje. E o grande medo dos capitalistas é que o exemplo da Grécia (em todos os sentidos) não se alastre para outros países europeus.
Esse exemplo seria o cavalo de tróia dos “mercados” em superar o mais rápido possível a atual crise de estruturação do capital. E o aumento das mobilizações seria o presente de grego dos trabalhadores aos patrões.
As propostas do KKE
Frente anti-imperialista, anti-monopolista e democrática – Poder e economia popular
O povo grego deve optar entre duas vias de desenvolvimento para a sua sociedade: a que é seguida actualmente e aquela pela qual deve lutar.
Sustentamos, com factos e provas a apoiar, que a Grécia, apesar dos desgastes sérios e arrasadores que atingiram certos sectores e que são devidos à dominação do capital e à concorrência entre monopólios, tem as condições prévias para constituir e desenvolver uma economia popular autónoma.
Os acontecimentos negativos dos últimos 20 anos em certos ramos da produção industrial e na economia agrícola podem ser revertidos sob condições políticas, económicas e sociais diferentes. Não é demasiado tarde.
A Grécia tem um nível satisfatório de concentração da produção, meios de produção, uma rede comercial densa e um nível bastante elevado de desenvolvimento nas tecnologias modernas. Tem uma mão-de-obra consequente, experimentada, com um nível de educação e uma especialização avançadas em relação às gerações anteriores, e uma mão-de-obra importante no domínio científico.
Ela tem recursos naturais valiosos produtores de riquezas, importantes reservas de riquezas minerais, que são um trunfo na produção industrial e na produção de bens de consumo.
Ela tem a grande vantagem de poder assegurar uma produção alimentar suficiente tanto para responder às necessidades do povo como para exportar. Tem capacidades para produzir produtos modernos, máquinas, ferramentas e aparelhos.
A fim de que uma economia popular possa existir para todos, devemos encontrar uma solução para o
problema da propriedade, para satisfazer as necessidades do povo e não as necessidades do lucro.
Não há senão uma única escolha: uma mudança nas relações sociais de propriedade historicamente ultrapassadas que determinam igualmente o sistema político e referem-se aos meios de produção fundamentais e concentrados nos seguintes domínios: energia, telecomunicações, riquezas minerais, minas, indústria, distribuição da água, transportes.
A socialização do sistema bancário, do sistema de extracção, de transporte e de gestão dos recursos naturais; o comércio exterior e uma rede centralizada para o comércio interno; habitações para o povo, a investigação assim como a difusão democrática da informação junto ao povo.
Um sistema de educação, de saúde e de segurança social exclusivamente público, universal e gratuito.
Consideramos que pode haver domínios que não serão incluídos numa socialização completa, nacional e universal. Em complemento do sector socializado, poderia ser formado um sector das cooperativas de produção pelas pequenas explorações agrícolas, os pequenos comércios nos ramos em que a concentração é fraca. A sua participação nas cooperativas deverá ser compreendida como uma escolha vantajosa, baseada na experiência vivida na arena dos monopólios.
Os sectores socializados assim como os cooperativos – de produção e de consumo – deverão ser incluídos num sistema económico de planificação e de administração centralizada e nacional a fim de que todos os meios de produção e toda mão-de-obra possa ser mobilizados, a fim de que toda forma possível de cooperação económica internacional possa ser utilizada na base de intercâmbios mutuamente vantajosos. A produção nacional e os interesses dos trabalhadores serão protegidos de toda repercussão possível que emergisse das necessidades do comércio exterior.
A planificação central é necessária a fim de formular objectivos e opções estratégicas, determinar das prioridades entre ramos e sectores, determinar onde os meios e as forças deverão ser concentrados. A execução desta planificação necessita uma distribuição por ramo e por sector e, antes de tudo, o controle da gestão pelos trabalhadores em cada unidade e serviço de produção, em cada órgão administrativo.
O governo, enquanto órgão do poder popular, será obrigado a assegurar a participação do povo nesta tarefa completamente nova e totalmente desconhecida que é apoiar o movimento popular, apoiá-lo e ser por ele fiscalizado no seio das novas instituições de controle social dos trabalhadores.
O desenvolvimento da sociedade por planificação centralizada é uma necessidade que emerge das exigências do nosso tempo, acima de tudo das exigências da humanidade que é a primeira força produtiva. A necessidade de satisfazer os consumos modernos diversificados dos trabalhadores, a necessidade de desenvolver os meios de produção, de desenvolver a ciência e a tecnologia nos interesses do povo fazem da planificação centralizada uma necessidade vital.
O poder popular encoraja os acordos e intercâmbios comerciais inter-estatais, os acordos para a utilização do conhecimento e das tecnologias baseados nos interesses mútuos.
A dívida pública será reexaminada, sob o poder popular, tendo como principal critério os interesses do povo. Logo no princípio, o poder popular deverá enfrentar uma reacção organizada, interna e internacional. A UE e a NATO, os acordos com os Estados Unidos, não deixam muita margem de manobra aos Estados membros da UE.
Resolver este problema retirando-se da UE é inevitável tendo como objectivo um desenvolvimento autónomo, popular e uma cooperação nos interesses do povo.
É necessário intensificar a nossa actividade na base da luta contra estes problemas.
Lutamos sem tréguas por avanços imediatos em favor dos trabalhadores e continuaremos a lutar para que medidas possam ser impostas pela potência do movimento, medidas que diminuiriam a gravidade destes problemas e aliviariam o povo.
Temos desenvolvido posições e reivindicações para cada problema e questões isoladas que têm surgido. Contudo, doravante isto não é suficiente. Uma proposta alternativa de progresso é necessária a fim de que a luta tenha uma finalidade, um objectivo, um sentido e finalmente possa exercer pressões suplementares em todas a fases da mesma. [*]
Secretária-geral do Partido Comunista Grego (KKE)
Fonte: Outubro Vermelho
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