O líder cubano Fidel Castro pediu soluções reais e verdadeiras para o Haiti — cuja situação de extrema pobreza, segundo ele, é “uma vergonha de nossa época”. Em artigo intitulado “A lição do Haiti” e publicado nesta sexta-feira (15) no jornal Granma, do Comitê Central do Partido Comunista Cubano, Fidel criticando as reações internacionais ao terremoto no país caribenho.
Em sua opinião, a tragédia no país vizinho, apesar de comover as pessoas, não leva à reflexão sobre os reais motivos da pobreza haitiana. Fidel lembra que o povo haitiano levou a cabo a “primeira grande revolução social do hemisfério sul” — “em que 400 mil escravos africanos, traficados pelos europeus, se rebelaram contra o domínio de 30 mil senhores feudais, donos de plantações de cana e café”.
Para Fidel, o país mais pobre da América foi alvo de um imperialismo desatado, que saqueou suas riquezas. “O Haiti é um produto do colonialismo e imperialismo, de mais de um século de emprego de seus recursos humanos nos trabalhos mais duros, das intervenções militares e extração de suas riquezas.”
O líder cubano, de 83 anos, acrescentou que a catástrofe que ocorreu nesse país “é apenas uma pálida sombra do que pode acontecer no planeta com a mudança climática”. E disparou: “O Haiti hoje constitui uma vergonha de nossa época, de um mundo onde prevalecem a exploração e o saque da imensa maioria dos habitantes do planeta”.
“Situações como a desse país não deveriam existir em nenhum lugar da Terra, onde abundam dezenas de milhares de cidades e povoados em condições similares e, às vezes, piores, em virtude de uma ordem econômica e política internacional injusta imposta ao mundo”, enfatizou Fidel.
Mais cedo, os Estados Unidos anunciaram que obtiveram o consentimento das autoridades cubanas para utilizar seu espaço aéreo a fim de acelerar a chegada de ajuda ao Haiti. “Coordenamos com as autoridades cubanas a autorização para fazer voos de evacuação médica a partir da base americana de Guantánamo para Miami, Flórida, economizando 90 minutos por voo”, declarou a Casa Branca em um comunicado.
fonte: Vermelho.org
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