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O espírito jovem sedento por Revolução

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Em nosso círculo social geralmente encontramos pessoas com o mesmo pensamento, com as mesmas conversas e com os mesmos objetivos pessoais. O pensamento mostra-se na maioria dos casos alienado e conservador; as conversas baseiam-se em status, luxo e poder; e os objetivos pessoais fatidicamente se voltam para dinheiro, reconhecimento profissional e lucro.


Numa conversa, mesmo que breve, assuntos que envolvam capital sempre vêm a tona. Parece às vezes que as pessoas se sentem pressionadas a falar sobre tais coisas, sob pena de exclusão se não estiverem interados desses assuntos. E isso não tem idade, desde os jovens, até os mais velhos incutem o valor de “ser alguém na vida” (leia-se ser rico). Enquanto a nova geração narra suas pretensões, sua ânsia por ter um carro novo com um motor potente, por ter roupas de marca, dinheiro e fama; os adultos/idosos contam sobre o que conquistaram, quanto dinheiro conseguiram e como viveram confortavelmente em sua fartura, em sua riqueza, no pleno conforto da presença em materiais mas ausência em ideais.


Invariavelmente a ideologia capitalista passa de forma notória, mas imperceptível de pai para filho. A propaganda, com sua contribuição generosa dá o empurrão final para tornar qualquer cidadão um consumidor em potencial, servo das tendências de mercado. São poucas as pessoas conscientes, que não sobrepõem produtos a pessoas, que não se tornam fantoches da mídia, que pensam e sabem da importância de não ser apenas mais uma peça do sistema.


A futilidade humana chega a ser por vezes impressionante, cada um se preocupa com seu próprio potencial em fazer dinheiro. Os ideais em comum, interesses do “homem médio” muitas vezes são esquecidos por ele próprio, que está preocupado demais com sua rotina, cansado demais de seu árduo dia de trabalho para questionar erros na sociedade e falhas na política.


O exemplo perfeito para essa situação foi o 5º ato contra o aumento das tarifas de ônibus em SP, do dia 10/02. O número de manifestantes não passou de 5 mil, um fato curioso, já que um número absurdamente maior de pessoas faz uso dos transportes metropolitanos todos os dias. Aonde estão esses trabalhadores na hora de questionar seus direitos? Onde estão os milhões de votantes, que elegeram o prefeito Gilberto Kassab e agora sofrem com o preço absurdo colocado nos transportes? Em que lugar se escondem os famosos “reclamões de sofá”, que assistem Jornal Nacional e resmungam da política diariamente no conforto de seus lares?


O ativismo hoje é tema de deboche, foi o que pude perceber ao participar dos atos e me sentir mais perto do povo. As pessoas passam nas ruas, nas lojas, em seus carros, e até mesmo nos próprios ônibus lotados e riem um sorriso insosso, amarelo, que sente “vergonha” daquele movimento e crê que aquela passeata é algo passageiro, coisa de jovem “bagunceiro” que não tem mais o que fazer. Irônico pensar que jovens ativistas são vistos dessa maneira, que as poucas pessoas conscientes, que lutam por seus direitos são marginalizados pela mesma sociedade que eles estão lutando para conscientizar e mudar.


Estamos dentro de um contexto ambicioso, que arquiteta planos para tornar a sociedade cada vez mais piramidal e desnivelada. Essa estrutura de organização social pode ser facilmente comparada com nossa estrutura de organização intelectual, onde, um grupo cada vez mais seleto se põe a disposição do todo, da massa, da revolução. A grande maioria, focada em seu egocentrismo hipócrita se esconde a trás da máscara de mentiras que o dinheiro proporciona. A verdadeira liberdade de pensamento, o verdadeiro ativismo está além do que a televisão te mostra, está na mobilização consciente, semelhante ao que pude ver nos Atos que tive o prazer de ir. Se sentir mais um no meio de tantos seres que partilham de seus ideais e de sua descrença em nossa atual situação é no mínimo emocionante.


“Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética” foi o que disse certa vez El Fuser, um de meus maiores heróis. E mesmo ainda sendo exceção, no meio de uma juventude cada vez mais transviada e despreocupada com o mundo que a cerca, sinto-me feliz, livre dos grilhões do pensamento padronizado e disposto a alimentar cada vez mais meu espírito sedento por revolução. O seu dinheiro pode comprar tudo, menos minha vontade de fazer justiça

1 comentários:

Parrudo disse...

É cômodo viver uma ilusão. É cômodo permanecer na inércia sentados em nossos sofás vendo outro jornal nacional, uma novelinha e até mesmo a vergonha nacional, o BBB. A futilidade das pessoas é desmotivadora, mas da mesma forma é bom sabem que você não é só mais um dentre a massa que apenas aceita o que lhe é imposto sem nem ao menos se questionar. Ser diferente não tem preço.

15 de fevereiro de 2011 às 21:02

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