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É preferível não saber do que ter a certeza dogmática

sábado, 13 de novembro de 2010

Vivemos num mundo onde a certeza prevalece. Uma certeza infundada, baseada em preceitos que apenas aquele que a carrega sabe de onde vem.

As certezas porém não são mais pessoais, elas transpassam os lares e o exemplo mais recente disso esteve presente nas eleições presidenciais. As certezas vão desde assuntos irrelevantes para os não envolvidos, como casamento gay, e vão até os preconceitos de que a grande âncora do Brasil é a região do nordeste.

Concordo que na democracia é saudável que tenhamos opiniões diferentes porém, voltando à pauta dos debates, a falta de discussão não nos leva a lugar algum. Enquanto pessoas lutam por seus direitos ainda não resguardados pelo Estado, outras pessoas baseadas em argumentos infundados não querem nem ao menos colocar em discussão. Como um defensor de mudanças não tão populares, como a legalização da maconha, eu já estive muitas vezes em situações incomodas justamente por me deparar com pessoas que carregam a suposta verdade. Aliás, nada me deixa mais desanimado do que entrar em conflito com alguém que não aceita debater qualquer que seja o assunto, se a verdade é tão clara na mente dessas pessoas, porque elas não se predispõem a levar essa verdade através de uma discussão saudável? Infelizmente a solução parece ser outra, não discutir. Afirmar para si mesmo que a verdade você já sabe e que a pessoa é obrigada a engolir.

Eu me pergunto como essas pessoas conseguem olhar pra história da humanidade, para o atual mundo globalizado e dizer que ela e sua crença, ou sua ideologia, são a resposta pra toda e qualquer questão do mundo. Pois bem, apesar da extrema ignorância esse nem é o ponto principal, o grande problema é que a verdade não é aplicável somente a ela, ela deve ser levada ao mundo, então quando temos debates como o do casamento gay, alguém do outro lado da cidade está indo contra um problema que deve ser exclusivamente seu. Afinal o fato de duas pessoas do mesmo sexo morarem juntas com ou sem um contrato de comunhão de bens vai realmente fazer alguma diferença na minha vida?

Um problema como esse numa democracia é quase que surreal, porém é a nossa realidade. Clamo àqueles que chegaram nessa parte do texto, que tentem ser mais abertos, que estejam sempre dispostos a discutir, apesar do título não peço que discutam assuntos como Deus ou qual religião seguir, mas que saibam discutir assuntos corriqueiros sem que tenham como premissa a sua verdade universal. É por essas e outras que, assim como Raul Seixas, "prefiro ser essa metamorfose ambulante", para não me prender a conceitos e seguir mudando, pois sei que por mais que eu acredite em algo, não sei de tudo, e estar disposto a discutir quem sabe possa nos levar a uma vida de aprendizagem.


Paulo Souza, 13/11/10

1 comentários:

Luccas M. disse...

Toda certeza dogmática é proveniente do individualismo. Ao passo em que há a sobreposição de valores individuais em relação àqueles importante para o coletivo, fechamos os olhos para problemas que realmente precisam ser solucionados.

E, enquanto nos afundamos nesse pensamento individualista, as tendências alienativas e as certezas dogmáticas tomam conta de nosso pensamento através de conversas/meios de comunicação, deixando-nos mais reféns do que os outros querem que pensemos.

15 de novembro de 2010 às 13:22

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