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de mim mesmo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

zum-zum
e o mundo gira, a folha cai, a semente germina,
a doença é contraída, o corpo desfalece,
a alma geme e o dorso também, 
o pau entra, o umbigo ondula,
de quem é essa vida, se não minha e sua?

gotejando na janela a leve garoa
você pede por uma chance e ninguém a concede
você canta do mesmo jeito.

esse arco-íris de emoções --- e não,
não posso dá-lo a você.
o vão da porta da porta está exposto e ali, pelo canto, eu me exprimo.

qual é a cor da caneta que assinou?
estamos todos autorizados a viver assim.
todos sabem:
as árvores chacoalham e a moita esconde a flor a florir
- metáfora da poesia.

a camisa é feita de sete botões
e de botão em botão se faz o peito,
feito o peito se desfaz a roupa.
nu, sujo, pobre
assim se faz o homem.

romântico mas nunca conquistou um amor,
agonia dias a noites,
seios imaginários balançando em sua frente,
a textura de uma vagina faz cócegas em sua boca.

o homem exala o que ele mesmo é.
reza e pede desculpas a Deus
por Ele mesmo ser o seu criador,
imaginando que Ele tenha uma boa desculpa.

a batida, o ritmo....
ninguém entende nada.
e é por isso que se dança,
que se bebe e que se fode!
quem é mais fodido se não próprio?
impróprio é aquele que levanta o braço
para esmurrar a própria cabeça.

permita-me me apresentar.
sou criador do céu e da terra,
pai da puta e do bêbado,
sou o declínio mirabolante
diante de uma prateleira com diversas fragrâncias.
mas não me chame pelo meu nome,
pois este foi me dado pelo meu pai
que traçou a minha mãe.

o rosto está apagado
dentro do saco-envelope de cor nauseante,
a palheta por debaixo, a dedilhar uma melodia incompreensível....

que belo dia!
a chuva, o ônibus lotado e todos nós fedendo.
que perfume melhor a vida tem para nos oferecer?

corre que ainda dá tempo
de eu abrir mais uma garrafa.

que é você? se não um quarto com portas e janelas fechadas?
fotografias penduradas na parede cor de azul....

somos todos virgens por nos recusarmos a fazer amor.

a voz ecoa do outro lado do telefone
do outro lado do mundo
outro mundo --- quem serei eu nele?
eu morro em mim mas sobrevivo no outro.
ainda não tive a sorte de morrer,
mas quanto o tiver, prometo que te conto
tin-tin por tin-tin.

o mundo em sua frente
parece com uma parede toda branca
sem gosto, sem som, sem cheiro....
cheiro de cocaína.

giro para ficar tonto
e me debruço sobre papel e lapiseira:
sou incapaz de tudo
e tudo vomito.
mas não resta tempo,
dou a descarga
e lá se vai aquele rosto envelhecido.

paro e repouso minhas mãos sobre meus joelhos.
quero ser enganado,
pois o que quero é me desapegar
e pegar a criança a cair
e pô-la no colo de sua mãe
e por-me ali também....
quero me hospedar entre as paredes do útero.
o ultimo que fez isso,
já não jaz aqui para nos contar.

e o que há para se contar se não mentiras?
o xixi na calça não passa de suco de laranja.
e do que adianta a verdade?
é um incomodo,
um comodo nesse mundo cru --- cruel

doce mel --- doce coisa nenhuma!
pois a abelha que o fabricou me picou.
arranco o ferrão e da fenda se põe a vazar
tudo o que um dia achei estar tão bem guardado....
é inútil tentar pegar o que cai no chão
porque o chão não é lugar que se alcance.

e pensar na infância? rostos, vozes, amigos....
o tempo é o rastro de você mesmo
e, que eu saiba, só eu existo:
palmas para mim.

fim.

1 comentários:

Luccas M. disse...

porra Fe, vc é foda! hahaha

28 de setembro de 2012 às 16:10

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