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Tarifa zero, isso ainda vai ser grande no Brasil

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Rugby é um esporte sobre o qual não conheço nada além de ser o primo pobre do futebol. Um esporte cuja caricatura é um inglês rude, banguela, de camisa listrada cheia de barro. Quem se lembra da propaganda de uma empresa de material esportivo que dizia “Rugby, isso ainda vai ser grande no Brasil”? Perfeita! Mas vem do rugby uma das boas novas do dia (certamente sairão outras da reunião da Frente de Luta pelo Transporte Público de Floripa). No início de novembro se iniciará a Copa do Mundo de Rugby, em Auckland, na Nova Zelândia e, pra nossa grata surpresa, o evento contará com um considerável incentivo ao uso do transporte coletivo em detrimento do individual: quem tiver um ingresso para assistir às partidas em Auckland terá também acesso ao transporte coletivo sem a necessidade de pagar a tarifa.

A justificativa dos organizadores é fazer com que os deslocamentos para os jogos sejam rápidos, evitando engarrafamentos e filas nas estações de trem e metrô. De quebra, mesmo sem perceber, darão uma ajudinha para fazer do transporte sem tarifa algo que vire questão de lógica, algo que alguém não ouse questionar, como é lógico ter um sistema de saúde e educação públicos. A perspectiva, segundo site oficial do evento, é reduzir o uso de 60% dos carros particulares na fase de classificação e 75% nas finais. Não é a primeira vez que esta idéia é aplicada em Auckland. Em 2008, durante outro evento deste esporte verdadeiramente e quase que exclusivamente bretão, os organizadores estimam que 12 mil fãs que possuíam ingressos largaram seus carros para usar o transporte coletivo.

“Fazer do transporte público a forma mais fácil e conveniente para ir à Copa do Mundo de Rugby de 2011 é o segredo para atrair um público tão grande”. A frase do secretário de Transporte da região, Rabin Rabindran, certamente não soa como os panfletos do Movimento Passe Livre e demais apoiadores da tarifa zero, mas contribui para o desenvolvimento de uma idéia base de que transporte coletivo tem de ser a solução para os deslocamentos nas cidades mundo afora. Como nos ensinou Lúcio Gregori, para tirar parte massiva dos carros das ruas, o transporte coletivo precisa “competir” com o que os carros prometem ter de melhor: a liberdade de ir e vir independente da hora e trajeto. Juntemos isso à política do MPL de exigir transporte como aplicação do direito à mobilidade e o resultado não poderá ser outro que não o sucesso da luta.

Importante destacar: o custeio deste projeto será dividido entre a organização do evento e o poder público. Os usuários-fãs-de-rugby terão três horas antes e depois para utilizar seu ingresso-tarifa-zero. Há precedentes desta política também na Alemanha, para partidas de futebol no campeonato nacional. Agora é iniciar a contagem regressiva para que esta pauta entre na ordem do dia no Brasil. Taí um bom gancho para as torcidas brasileiras, organizadas ou não.


Fonte: TarifaZero.org

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