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Natal, dó e compaixão

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010



Chegada à temporada de fim de ano um espirito de solidariedade enche os lares de cada família ao redor do mundo. É como se num piscar de olhos o mundo todo se unisse pra fazer e ostentar o bem ao próximo e todo o espirito de natal.

É claro que isso gera frutos positivos para os que necessitam de ajuda e enfim recebem. O que deixa marcas é o abandono certo que essas pessoas vão sofrer, pois a cada fim de ano, da mesma forma como a solidariedade se instaurou ela se vai, pelo menos na maioria dos lares. “Não existe cheiro pior do que o da bondade estragada” já nos dizia Thoureau. E eu venho falar com o mesmo repudio por essas ações que se clamam solidarias. O fato das pessoas exercitarem o simples desencargo de consciência na época de natal é deprimente. As pessoas se tornam caridosas por mera convenção social e fazem o que inclusive a bíblia condena, deixam que a mão esquerda saiba o que a mão direita tem feito. Se a bondade lhe é um ato transitório que lhe ocorre em determinada época do ano, isso não lhe basta para se clamar solidário. A filantropia dos homens deve ser um ato constante.

Ignoramos o ano todo as injustiças e atrocidades do mundo, às vezes nem percebemos tal ato que já é uma pratica corriqueira, e ao final do ano enchemos nosso peito com o espirito natalino e nos clamamos boas pessoas, com boas intenções e caridosas com os que necessitam. O que as pessoas acreditam ser solidariedade é na verdade dó. Ao fim do ano somos mais atingidos por esse sentimento, e para nos livrarmos dele mentimos pra nós mesmos, como se um trocado no final do ano presenteasse vida nova a um morador de rua. O que falta às pessoas é compaixão, que diferente do sentimento de dó se estende por todo o ano. A compaixão que não tem hora, nem feriado, algo que se pratica sem ao menos perceber. Esse é o sentimento que deveria invadir os lares no natal, e quem sabe jamais ir embora.


Paulo Souza

3 comentários:

Anônimo disse...

concordo plenamente, mas nao podemos esquecer que natal é somente para aqueles que tem um determinado poder aquisitivo elevado pois somente eles podem usufruir de presente, que por meio de um processo virou simbolo natalino.

15 de dezembro de 2010 às 15:00
Luccas M. disse...

Texto excelente, mostra nada mais do que a realidade nua e crua. Solidariedade momentânea é apenas desencargo de consciência, atos baseados em dó para encher o coração de orgulho.

Enquanto se mantiver esse espírito de bondade passageira, geralmente incentivado pela mídia. Continuaremos a ter pseudo-solidários que demonstram sua compaixão apenas em festas/feriados (geralmente religiosos), e continua mesquinhos e alienados no restante do ano.

"A bondade genuína é ameaçadora para aqueles que estão do lado oposto do espectro moral." (Charles Spencer)

17 de dezembro de 2010 às 13:35
Parrudo disse...

É infelizmente até nisso a sociedade é bem influenciada pela mídia que alega "essa é a época para ser caridoso". Como se houvesse uma época especifica pra fazer o bem ao próximo, o resto do ano pode ignorar e pisar em quem precisar de ajuda.

18 de dezembro de 2010 às 11:20

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