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PSOL foi único partido que votou contra a equiparação de salários do Congresso com o dos ministros do STF

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados foi a única a se manifestar contrariamente ao reajuste que equipara os subsídios dos deputados, senadores, ministros, vice-presidente e presidente da República aos rendimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Aprovado nesta quarta-feira (15) na Câmara e posteriormente no Senado, o Projeto de Decreto Legislativo 3036/2010 fixou o subsídio mensal desses cargos em R$ 26.723,13, a partir de 1º de fevereiro de 2011. Atualmente, o valor é de cerca de R$ 16.000,00.

A bancada do PSOL apresentou uma proposta alternativa, propondo que o reajuste fosse feito de acordo com o índice de inflação do período, que foi derrotada pela imensa maioria dos deputados, que votou pelo aumento de 62% nos próprios salários.

“A proposta aprovada eleva o subsídio dos Parlamentares ao teto do funcionalismo. Isso causa imenso impacto nas contas públicas e a incompreensão da população. Enquanto ficamos discutindo se o salário mínimo será R$ 540, R$ 560 ou R$ 580 reais, e todos dizem que não há recursos para isso, o Congresso aprova uma aumento de 62% para deputados, senadores, presidente, vice e ministros”, criticou Ivan Valente.
“É demasia e exagero, algo insustentável do ponto de vista social e político”, afirmou Chico Alencar. “Durante a campanha eleitoral recente, milhares de candidatos e partidos jamais apresentaram essa pretensão que, pelo efeito cascata e pela amplitude, afeta as contas públicas e diz respeito àqueles que representamos. Essa decisão desastrada, exagerada e insustentável aprofunda o abismo e o fosso entre o Parlamento e a sociedade. É, de certa maneira, advocacia em causa própria, o que é sempre questionável”, acrescentou.

O deputado Ivan Valente chamou a atenção ainda para outro problema vinculado ao debate sobre os rendimentos dos deputados: o financiamento privado de campanha. “Todos se indignam com o aumento aprovado nesta quarta no Congresso, o que está correto. Mas é preciso que a sociedade proteste também contra o financiamento privado das campanhas, que injetam bilhões nas contas dos deputados e que certamente abrem as portas para a corrupção. Não há empresa que doe tanto e depois não cobre a fatura na hora da votação de projetos que lhe interessam. Então a sociedade deve sim protestar contra este aumento abusivo, mas também se mobilizar pela aprovação do financiamento público e exclusivo de campanha”, concluiu Ivan Valente.

3 comentários:

Parrudo disse...

Não gosto de partidarismo, mas acho que vale a pena destacar a atuação da bancada do PSOL que vem nos mostrar mais uma vez que a política não é constituída só por corruptos e sanguessugas do povo.

16 de dezembro de 2010 às 22:16
Luccas M. disse...

Geralmente partidos tendem a induzir à certeza dogmática, e isso é ruim.
Porém, o PSOL vem mostrando ser muito diferente, com uma bancada exemplo de justiça e honestidade, além de uma liderança sólida e consciente. Por mais que Ivan esteja certo, em chamar o povo à defender, infelizmente é muito difícil que isso se concretize. Vivemos num país que parece estar de acordo com as ilegalidades presentes na câmara, somos em grande maioria um povo que reclama mas não age. E isso nos distancia da plena igualdade tanto sonhada.

17 de dezembro de 2010 às 13:46
Anônimo disse...

vai curintia!

18 de dezembro de 2010 às 20:10

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