Na quinta-feira, dia 16/12, ocorreu em São Paulo a segunda manifestação organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. Cerca de 180 pessoas caminharam da Praça do Ciclista até a Prefeitura de São Paulo, ocupando duas faixas da Rua da Consolação, cantando músicas e panfletando. Contrariando as previsões, a chuva só chegou na segunda metade do ato e em nada desanimou a manifestação, que seguiu cantando até seu destino. Apesar da chuva, alguns militantes ainda conseguiram, após o término da manifestação, abrir a porta de dois ônibus para que as pessoas pudessem entrar gratuitamente.
Esta manifestação mostra que as pessoas perceberam que a tarifa vai aumentar, apesar do anúncio ter sido feito em meio às eleições e do prefeito Kassab ter – na época – se apressado em encobrir o aumento, utilizando do mesmo discurso do ano passado, de quando o MPL se acorrentou na Secretaria de Transportes: ainda são estudos, a data e o valor ainda não estão definidos.
Também como no ano passado começaram as especulações sobre o novo valor da tarifa, o primeiro (presente no orçamento da cidade) é de R$2,90; agora a Secretaria de Transportes enviou uma proposta de R$3,00, que está sendo avaliada. Mas esta especulação sobre valores não discute o tema central: qualquer aumento significa a exclusão de pessoas do acesso ao sistema de transporte, significa continuar cobrando pela mobilidade das pessoas na cidade, significa não encarar o transporte como um direito.
Já no dia 24 de novembro cerca de 80 estudantes de diversas escolas fizeram uma primeira manifestação contra o aumento no bairro de Pinheiros, conversando bastante com a população. Foi a partir das pessoas envolvidas neste ato que se conseguiu organizar o ato do dia 16/12, com a participação de diversos estudantes secundaristas na organização, o que era claramente percebido na manifestação, que contava com muitas pessoas que não participaram da luta contra o aumento no início do ano.
Vale lembrar que também em novembro aconteceu o primeiro dia sem tarifa; a ideia era que no dia 30 deste mês o maior número de pessoas possível andasse sem pagar o ônibus. A opção do MPL foi de organizar isto de maneira coletiva, promovendo a abertura de portas na Avenida Rebouças e no Parque Dom Pedro II.
O fato de contar com um grande número de secundaristas, tanto participando quanto na organização, indica uma boa perspectiva para a continuidade das lutas, primeiro porque já se encontram mobilizados em um período de férias, o que indica uma disposição real para luta; e também possibilita uma renovação interna ao MPL e cria uma rede de escolas que estaria em contato caso seja necessária a continuidade da mobilização em fevereiro. Certamente, para a manifestação do dia 13 de janeiro, é necessário expandir a mobilização para mais regiões e buscar a articulação com outras pessoas mobilizadas por transporte, como a população do M’Boi Mirim, mas, em todas as cidades em que o aumento foi impedido, a grande força de mobilização era destes secundaristas.
Fonte: PassaPalavra
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