Com buzinaço, tudo pacífico e bem humorado, os motoristas queriam dizer que o preço real dos combustíveis não tem graça nenhuma.
Em Brasília, a noite foi de buzinaço contra o preço dos combustíveis. O motorista inovou e protestou de uma forma curiosa. O protesto não tem nada de ilegal, mas tem dono de posto à beira de um ataque de nervos. Apesar da confusão, das filas e da demora para abastecer o carro, quase ninguém reclamou.
“Eu quero R$ 0,50 de gasolina”, pediu o vigilante Domiciano de Jesus. Isso mesmo: R$ 0,50 de gasolina com nota fiscal. Foi assim que motoristas de Brasília criaram tumulto de posto em posto. Era o que eles queriam: parar o trânsito em protesto contra o preço alto da gasolina e do álcool.
“A cada dia que passa só aumenta, só aumenta, e nosso padrão de compra continua o mesmo”, aponta o professor Guilherme Soares.
Em Brasília, este é o terceiro protesto contra o preço dos combustíveis em uma semana. Na capital federal, os motoristas reclamam também da falta de concorrência entre os postos. “Se você olhar nas bombas, em todas elas o preço é o mesmo”, disse um motorista.
Não é só uma impressão do consumidor. Um levantamento feito em 111 postos mostrou que a diferença entre o preço mais barato e o mais caro era de R$ 0,01.
Teve buzinaço também em Goiânia. Com a gasolina a R$ 3,17 em média, Goiás é o estado onde o combustível está mais caro, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP). “Realmente está um abuso”, protestou um motorista.
Desde 2009, a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça investiga se existe cartel entre os postos de combustível do Distrito Federal. Quando empresas combinam os preços e os reajustes. O levantamento da ANP, que mostrou uma diferença de R$ 0,01 no preço da gasolina, vai ser levado em conta.
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