União da Ilha da Magia traz pra avenida: “Cuba sim! Em nome da verdade".
Pela primeira vez no Brasil, uma escola de samba vai tratar do tema Cuba durante o desfile do Carnaval de 2011. A iniciativa é da União da Ilha da Magia e o samba-enredo é “Cuba sim! Em nome da verdade”.
Para o sucesso dessa empreitada, a escola já está desde maio do ano passado, através de ensaios reservados, se preparando para fazer bonito na Passarela do Samba Nego Quirido, local onde as escolas de samba da capital catarinense desfilam.
Os ensaios para o público começaram na primeira semana de dezembro do ano passado e acontecem todas sextas-feiras e domingos, a partir das 20 horas, na Praça Bento Silvério, da Lagoa da Conceição.
No domingo 16 de janeiro, a praça ficou pequena para abrigar todos os foliões, turistas e admiradores da escola. A noite teve ainda a apresentação da rainha de bateria, Catarina Andrade, do casal de mestre-sala e porta-bandeira, e de integrantes das alas das baianas e das passistas. Até mesmo os representantes da escola Consulado do Samba fizeram uma visita de cortesia.
Já estão agendados também dois ensaios técnicos na Passarela Nego Quirido antes do desfile: 22 de janeiro (sábado) e 19 de fevereiro (sábado) - nos dois dias às 20 horas. Esses ensaios servem para organizar as diversas alas entre si.
Está programado ainda um desfile-ensaio na Praça XV, no Centro de Florianópolis, no dia 23 de fevereiro (quarta-feira) para apresentar a escola, gratuitamente, para o público de Florianópolis.
Fotos: Babi Balbi
Samba-enredo: Cuba
A identidade com a Revolução Cubana é evidente em cada parte da escola, desde a música que conduz o samba-enredo até as fantasias, passando pelas camisetas de propaganda e o discurso em defesa da autodeterminação cubana.
Para desenvolver o tema, uma delegação da escola e da Associação Cultural José Martí de Santa Catarina visitaram Cuba em julho do ano passado para conhecer melhor o país e trocar experiências culturais com autoridades cubanas da área. O grupo conheceu museus, monumentos históricos e casas de shows.
Segundo o presidente da escola, Valmir Braz de Souza, um dos motivos da escolha do tema é a proximidade cultural entre Brasil e Cuba. "A alegria cubana e brasileira são muito parecidas", compara. Além disso, a diretoria da escola quer aproveitar a oportunidade para mostrar a realidade do país caribenho para o Brasil. O presidente também esteve em Cuba em janeiro de 2010, participando da Brigada de Solidariedade, quando teve oportunidade de conhecer de perto o país.
As 17 alas estão representando diversos momentos do período anterior e posterior à Revolução Cubana, em especial as conquistas e a cultura, como exemplo: Tio Sam; Ditadura comprometida; Paraíso de ricos e milionários; Sofrimento de muitos - o povo; Nacionalização das empresas estrangeiras; Saúde para todos; Reforma agrária; Esporte - conquista de medalhas; A pesca; Indústria farmacêutica e biotecnologia; A Santeria; O carnaval de Cuba; Cabaré tropicana; e Rumba - Música e Dança.
O sucesso do escola já ficou evidente durante a escolha do samba-enredo. Depois de escolhida a temática, a União da Ilha da Magia recebeu 28 propostas de sambas-enredo de todo país. No ano passado, foram apenas oito. Para se ter uma idéia, a carioca Estação Primeira de Mangueira, a maior escola do Brasil, recebeu menos de 20 propostas.
No barracão da escola, localizado em Palhoça, os carros alegóricos estão sendo preparados para surpreender o público que vai comparecer na passarela ou assistir pela televisão. Segundo o diretor de Carnaval, Joel Brigido da Costa Junior, as peças vão emocionar o público, principalmente aqueles que acreditam em um mundo diferente através da transformação social.
A escola
Formada no bairro Lagoa da Conceição, um dos principais pontos turísticos e tradicionais de Florianópolis, a União da Ilha da Magia é a mais nova escola da cidade. Em maio de 2011, comemora apenas três anos de vida. No Carnaval do ano passado, a União ficou em segundo lugar.
O financiamento da União é o mesmo que das demais escolas: patrocínio dos governos municipal e estadual. A diretoria também vai buscar apoio com a Lei Rouanet, através do Ministério da Cultura. Além disso, o desfile é financiado com a própria venda das fantasias, camisetas e com o dinheiro levantado com os ensaios.
O desfile
Cerca de 2.500 moradores da Lagoa da Conceição vão participar do desfile. Entre esses foliões também estão incluídos admidores da escola de outros bairros e até pessoas de outros Estados ligadas ao movimento de solidariedade à Cuba.
Todos esses integrantes, divididos em alas, vão ter apenas uma hora e vinte minutos para desfilar. Além de fazer de desenvolver uma temática inédita, a escola quer fazer um desfile tecnicamente primoroso - e vai brigar pelo título. De acordo com o presidente Valmir Braz, a ideia é não cometer erros para fazer um "desfile perfeito". Joel Brigido também promete empenho no quesito harmonia da escola.
Todos aqueles que defendem a autodeterminação de Cuba e os amantes da cultura e da liberdade estão convidados a participar, ou mesmo assistir, do desfile da União da Ilha da Magia.
Ouça:“Cuba sim! Em nome da verdade"
Baixe aqui o samba-enredo da União da Ilha da Magia
http://www.4shared.com/audio/HwKRYJR2/SAMBA_18_-_JLIO_MAESTRI_E_VINI.html
Cuba sim! Em nome da verdade
Compositores: Júlio Maestri e Vinícius da Imperatriz
Uma forte emoção,
No meu coração…
Liberdade!
Eu sou União
A voz de um povo pela igualdade
Sonhos… de um poeta ecoam no ar
Cuba… o desejo de se libertar
Conquistou a independência
Do Tio Sam sofreu influência
Momentos de luta estão na memória
Fidel e Che fizeram história
Me levam na busca por um ideal
Que vai embalar, nosso carnaval!
Guerreiros unidos na Revolução
Pelo bem de uma Nação
Um preço a pagar, não vou negar
Mas a Comunidade em primeiro lugar
Os sonhos se tornam verdade
Trazendo pra muitos a felicidade
Com saúde, educação
A base pra um cidadão
Esporte, cultura, na arte… mistura
Riqueza, o Mundo se encantou
No Cabaré Tropicana,
Carmem Miranda deu um show!
Ilha de pura Magia
Vem sambar…
Verde, Branco e Ouro
Na Avenida vai brilhar
Por Alexandre Brandão ao Brasil de Fato
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