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O Problema não é o Irã - Iran Is Not the Problem (2008)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Documentário fundamental para entender a atual questão nuclear do Irã!


O Irã é uma ameaça aos EUA e seus aliados?
Quando o Irã foi colocado pelo Governo Bush no "Eixo do Mal", a grande maioria da população iraniana, que até então era pró-Estados Unidos ficou indignada, a mesma população, que após o 11 de Setembro, fez vigília em respeito às vítimas dos ataques.
Por que essa obstinação dos EUA em querer abrir um novo fronte?

Será que é por causa do Programa de Energia Nuclear do Irã (comprovado ser para fins pacíficos pelos técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica), ou será porque o país é a terceira maior reserva de petróleo no mundo, ficando atrás somente da Arábia Saudita e o Iraque, ambos controlados por governos fantoches dos EUA? Por que todos os países tem direito de explorar energia nuclear, menos o Irã?

Por que o Irã, que sempre respeitou o Acordo de Não-Proliferação de Armas Nucleares, é alvo da Mídia Tradicional, enquanto países como a Índia, o Paquistão e Israel, que tem apoio dos EUA para programas nucleares, só que para fins bélicos, não nem sequer citados por ela? Israel, por exemplo, ofereceu-se e, vender ogivas para o ex-governo do Apartheid na África do Sul.
E finalmente, por que os EUA, o país que mais desrespeita esse acordo, pode exigir alguma coisa?

Um acirramento nas relações entre os conservadores americanos e os conservadores iranianos só irá fortalecê-los mais diante desse panorama violento. Quem perde são os povos e a democracia de todo o mundo.

Não podemos olhar essa questão de forma indiferente, já que o Brasil vem se tornando um enorme produtor de petróleo, num mundo cada vez mais escasso dessa riqueza.

(Comentários: docverdade)







Fonte: DocVerdade

Morre Néstor Kirchner, ex-presidente argentino

Néstor Carlos Kirchner, ex-presidente da Argentina (2003-2007) e marido da atual governante, Cristina Kirchner, morreu esta quarta (27) aos 60 anos em uma clínica da cidade de Calafate vítima de uma parada cardiorrespiratória, segundo a agência estatal "Télam".

O ex-governante foi internado hoje em um centro médico de Calafate, para onde tinha viajado esta semana com sua esposa, a presidente Cristina Kirchner, que faz repouso com sintomas de angina.

Kirchner tinha sido internado em setembro passado por um problema cardíaco em uma clínica do bairro portenho de Palermo, onde foi submetido a uma angioplastia.

História

Kirchner nasceu no dia 25 de fevereiro de 1950 em Río Gallegos, na província de Santa Cruz (Argentina).

Formado em Direito em 1976 pela Universidade Nacional de La Plata, entrou no Partido Peronista nos anos 70 quando era dirigente estudantil nesse centro universitário, onde conheceu Cristina.

Se mudou em 1976 para Río Gallegos, onde trabalhou com sua esposa em um escritório de advogados até 1983. Entre 1983 e 1984 foi presidente da Caixa de Previdência Social e em 1987 foi eleito Intendente de Río Gallegos, cargo que desempenhou entre 1987 e 1991.

Veja fotos de Néstor Kirchner:


Eleito Governador de Santa Cruz em 10 de dezembro de 1991, permaneceu no cargo até 2003, após modificar a lei que impedia a reeleição após dois mandatos. Kirchner conseguiu reverter o déficit de sua região, rica em petróleo e recursos naturais, e a transformou na área com menor desemprego.

Em 1992 foi nomeado presidente do Conselho Provincial do Partido Justicialista e secretário de Ação Política do Conselho Nacional. Em 1993 foi designado constituinte para a reforma da Constituição Nacional Argentina.

Em 1996 fundou a Corrente Peronista dentro do Partido Justicialista e se apresentou como candidato à Presidência, em 2003, frente a Carlos Menem - que governou o país entre 1989 e 1999 - e ao então presidente Eduardo Duhalde (2002-2003).

Em 25 de maio desse ano foi eleito presidente da Argentina.

Durante o Governo Kirchner, a Argentina cresceu 8% ao ano; os salários e as pensões aumentaram e o desemprego e a pobreza diminuíram. Além disso, voltou a negociar a dívida, reformou a Corte Suprema de Justiça e as Forças Armadas, e defendeu os direitos humanos.

No entanto, seu Governo foi alvo de denúncias de enriquecimento ilícito.

Em janeiro de 2006 pagou antecipadamente ao FMI US$ 9,574 bilhões, e no mesmo ano, apresentou perante o Tribunal Internacional de Haia um processo contra o Uruguai para interromper a construção de duas fábricas de celulose.

Em 10 de dezembro de 2007 passou o cargo para sua esposa, Cristina Kirchner, que venceu as eleições presidenciais.

Kirchner foi nomeado, em 14 de maio de 2008, presidente do Partido Peronista.

Nas eleições legislativas de 2009 foi eleito deputado pela província de Buenos Aires, cargo que assumiu em 10 de dezembro de 2009, mas sua corrente eleitoral foi derrotada na província de Buenos Aires pela liderada pelo empresário peronista dissidente, Francisco de Narváez.

Após a derrota, Néstor Kirchner renunciou em 29 de junho ao cargo de líder do Partido Justicialista, que cedeu ao governador de Buenos Aires, Daniel Scioli.

Além disso, a Frente Para a Vitoria perdeu a maioria no Parlamento, já que sete de cada dez eleitores votaram contra o Governo, o que supôs a maior derrota da "era K", inaugurada com Néstor Kirchner em 2003 e revalidada por sua esposa nas presidenciais de 2007.

Em 7 de fevereiro de 2010, foi submetido a uma intervenção de urgência por uma obstrução na carótida direita.

Um mês depois, em 10 de março, Kirchner reassumiu a chefia do PJ com a promessa de dirigir o partido para um novo triunfo no pleito de 2011.

Em 4 de maio de 2010 foi eleito secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Casado desde 9 de março de 1975 com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, têm dois filhos: Máximo, de 32 anos, e Florencia, de 19. EFE


Fonte: Yahoo! Notícias


Legalização da maconha e populismo penal

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Por que é muito difícil debater ou decidir sobre o tema da legalização —ou não— da maconha de forma racional? Por causa das nossas emoções e intuições morais (convicções morais, que se transformam facilmente em paixões fundamentalistas, se não controladas) que são geradas pelos nossos condicionamentos culturais.

Tudo começa com o seguinte: não existe pensamento desconectado das nossas emoções e intuições morais, é o que afirma o neurocientista português António R. Damásio, autor do livro O erro de Descartes. Na raiz de tudo estão as emoções e intuições. Só depois é que vêm o pensamento, a opinião e a decisão sobre um determinado assunto.

Se quisermos discutir racionalmente e decidir sobre um assunto sobrecarregado de emoções e paixões, temos que trabalhar (coisa difícil, mas que deve sempre ser tentada) o chamado “controle top-down”, que é o controle da sua opinião e da discussão pelo neocórtex, ou seja, pelo cérebro racional: a única “ferramenta” humana capaz de comandar as nossas inclinações, intuições, emoções e apetites naturais.[1]

No debate sobre a legalização da maconha promovido no dia 21/10/10 pela Folha de S. Paulo* vimos muita emoção e pouco “controle top-down”. Muita intuição moral e pouca racionalidade. Muita paixão encobridora da racionalização. Além disso, muita afirmação é feita sem nenhuma comprovação estatística, a “chutometria”. Marcos Susskink, por exemplo, disse: “na sua experiência, o álcool é menos nocivo do que a maconha”; estatisticamente falando, a nicotina gera 32% de dependência, contra 15% do álcool e 9% da maconha – segundo reportagem da Folha de S. Paulode 23/10/10, p. A7).

*Para assistir o debate promovido pela Folha clique aqui.

Um dos poucos pontos consensuais foi o seguinte: “É contraproducente e cruel punir usuários de maconha como se fossem criminosos, e falta uma distinção mais clara entre traficantes e simples consumidores da erva na legislação do país” (Folha de S. Paulo de 23/10/10, p. A7). No mundo científico, o consenso sobre esses pontos é bastante sólido. Ocorre que o populismo penal e o autoritarismo jurídico não ouvem a ciência. Seguem suas emoções e intuições morais.

O legislador brasileiro (Lei 11.343/06), num dos seus raros momentos de controle racional do cérebro, fez progresso ao impedir de forma absoluta a pena de prisão para o usuário de droga. Sinalizou que o usuário deve ser retirado do campo do direito penal, mas ficou embasbacado no meio do caminho.

Os atores jurídicos (intérpretes e juízes do STF, sobretudo) não conseguiram controlar suas emoções e intuições morais, seus preconceitos e pré-juízos, formados pelos seus condicionamentos culturais. Deixaram atuar o piloto automático das suas preferências morais internas preestabelecidas e concluíram que o usuário é um “criminoso”, um “tóxico-delinquente” (RE 430.105-RJ). O autoritarismo punitivista continua mais presente que nunca nas mentes dos nossos (majoritários) atores jurídicos.

A falta de uma clara distinção entre o usuário e o traficante foi uma outra falha legislativa deplorável. O legislador só fixou critérios gerais de distinção. Com isso deixou a definição, em cada caso concreto, por conta dos atores jurídicos (intérpretes, policiais, Ministério Público e juízes), que persistem majoritariamente atrelados às suas clássicas emoções e intuições punitivistas vingativas sem ouvir a ciência.

Por força da atávica e comprovada seletividade preconceituosa do sistema penal, nesse sentido são as conclusões arrebatadoras das teorias do labelling approach, claro que “sobra” com mais facilidade para os pobres a etiqueta de traficante. In dubio pro traficus! O tratamento jurídico dado no Brasil a quem tem posses, status, fama etc. é diferenciado.

Um pobre surpreendido com 10 papelotes de maconha, com certeza, será tido como traficante. Se se trata de alguém que é tratado de forma privilegiada a conclusão é bem diferente. A distribuição da dor e do sofrimento é feita, na prática, de forma totalmente desigual. Daí a necessidade de o legislador corrigir essa falha legislativa e procurar definir, com critério, quem é o usuário e quem é o traficante.

No exercício da nossa cidadania temos que lutar por novas mudanças na lei e reivindicar debates mais objetivos, sobretudo quando queremos fixar políticas públicas sobre um determinado assunto. O problema é que em todo debate que envolve questões morais as emoções (paixões) normalmente acabam falando mais alto e nos perdemos em polêmicas inférteis e intermináveis. Deveríamos então prestar atenção ao que dizia Jorge Luis Borges, argentino, poeta e escritor: “Apaixonar-se é criar uma religião que tem um deus falível”. Ou ao que proclamava Cyril Connolly (inglês, editor e crítico): “O homem que é mestre de suas paixões é escravo da razão”.


Por Luis Flavio Gomes ao ÚltimaInstância

SOBRE MÍDIA, POLÍTICA E ELEIÇÕES

1) Tropa de Elite 2 é um bom filme. Com restrições, mas um bom filme. Digo isso basicamente por dois motivos: a) o filme tem um personagem inspirado na história do deputado estadual Marcelo Freixo, que tem sido um grande aliado do povo fluminense, é um sujeito correto; b) o filme mostra as chamadas milícias do jeito que são, e também revela suas ligações com políticos. Por outro lado, o Bope continua sendo apresentado como o supra-sumo da polícia. “O Bope é uma peça fundamental na nossa política de segurança”, diz lá o cap. nascimento. E o que faz essa peça fundamental? Entra na favela e mata bandido pobre, o lado barato do negócio, sem tocar na questão do tráfico internacional de drogas e armas. Assim, a criminalização da pobreza é naturalizada. É nesse ponto que a película, distribuída pela Globo Filmes, se encontra com o noticiário do Jornal Nacional a respeito das favelas.

2) O Vox Populi desta segunda-feira, dia 25, deu 14 pontos de frente para Dilma: 57% a 43% dos votos válidos. Hoje, terça, tem Datafolha, cuja última sondagem apontou vantagem de Dilma de 56% a 44%. O debate que está sendo realizado agora na TV Record não criou um fato suficientemente explosivo para mudar o quadro eleitoral. No conjunto da obra, considerando também os programas eleitorais da noite, diria que José Serra levou ligeira vantagem. Isso porque, pela primeira vez, o tucano puxou uma pergunta sobre a Petrobrás e conseguiu encostar Dilma no córner ao falar que ela também privatizou campos de petróleo – repetindo o início do seu programa eleitoral. Como não houve negativa firme, pode-se dizer que o tema ficou um pouco embolado na percepção do eleitor comum – e este era um dos grandes trunfos da campanha da petista. Por outro lado, Serra fugiu da primeira pergunta sobre criação de empregos (15 milhões no governo Lula contra 5 milhões no governo FHC). Na segunda, não teve jeito. Tentou falar da criação de empregos na saúde, depois passou a acusar Dilma de má gestão (mudando de assunto). Apesar do empate técnico no debate, não acho que a eleição esteja decidida, apesar da razoável vantagem da petista. Durante a semana ainda pode acontecer muita coisa, incluindo as ações da campanha subterrânea tucana – e-mails e panfletos apócrifos. E também ações midiáticas, como a da bolinha de papel. Mais do que nunca, a militância de todo o campo progressista deve estar atenta.

3) O governo Lula conclui essa semana o primeiro curso de formação para policiais atuarem na proteção de defensores dos direitos humanos ameaçados, que se encontram dentro do programa de proteção do governo federal. Serão formados 60 policiais militares do Distrito Federal em Direitos Humanos e técnicas de proteção a pessoas ameaçadas. A iniciativa, inédita no país, é uma parceria do Ministério da Justiça, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e da Polícia Militar do Distrito Federal. As aulas quebram a lógica da velha doutrina militar, que identificava como inimigos lideranças populares, os tais subversivos de outrora. Agora, os membros de movimentos sociais são valorizados. Os policiais recebem cursos sobre conflitos agrários e urbanos, que revelam as raízes das desigualdades e mostram a responsabilidade do latifúndio na produção da violência. A ordem é “proteger a todo o povo, e não só as autoridades tradicionais”.

Por @MarceloSallesJ ao FazendoMedia



Veja vs. IstoÉ

Nas ultimas semanas, diversos boatos e notícias tendenciosas invadiram as casas de diversos brasileiros, na reportagem a seguir a Record relata algo que nunca é mostrado pela mídia: a briga entre as maiores revistas do Brasil e como isso afeta o voto do eleitor brasileiro.

Vale a pena conferir de que forma as revistas de referem a certos aspectos da política do PT e do PSDB e ainda assim se perguntar: Será que todas essas informações são confiáveis? Já tenho um certo histórico de desgosto com a revista Veja que adora fazer de boatos notícias, e apesar do contraponto proposto pela IstoÉ percebe-se que ela utiliza-se, de certa forma, das mesmas armas (pelo menos foi o que eu percebi com a divulgação de boatos) para ir contra o jornalismo partidário da revista daeditora Abril. Porém não condeno a atitude, já que a VEJA não pega leva quando o assunto é inventar notícias, e que adora induzir conclusões dos seus leitores que reflitam seus interesses, ao invés de como a mídia em geral deveria ser, apenas lançar os dados para que cada um possa tirar sua própria conclusão.

É difícil falar sobre mídia, porém só peço a todos que procurem se informar antes de acreditar cegamente nas noticias de A ou B. Só assim teremos um país verdadeiramente democrático, onde as idéias não representam apenas o que parcela de poderosos quer.






JN e o meteorito de papel

Ânimos exaltados fazem aflorar ainda mais a partidarização da imprensa no corrente pleito de 2010. Esta é uma campanha presidencial sui generis. Tudo o que não é fato vira notícia e tudo o que tem potencial de notícia deixa de ser divulgado. Chama a atenção o vocabulário corriqueiro dos candidatos à Presidência da República: o adversário é sempre mentiroso, não importa qual seja a situação, a mentira antecede o depoimento, a desfaçatez nubla a face da verdade e o que acusa o outro de mentiroso o faz sem a contração de qualquer músculo facial.

Na tarde da quarta-feira (20/10), no Rio de Janeiro, tivemos o próprio "Efeito Borboleta": uma simples bolinha de papel, pesando não mais que 5 ou 8 gramas, bateu na cabeça do candidato José Serra. Mas foi suficiente para produzido o festejado efeito cinematográfico: ocupou espaço nobre no Jornal Nacional, edição mais que caprichada com direito a inserção de vídeo com foto, de entrevista de médico com áudio de repórter, ampliações desmesuradas com o intuito nada ingênuo de transformar o choque de uma bolinha de papel sobre um ser humano com a gravidade e contundência de meteorito se chocando com o planeta Terra.

Fabricação de realidades

A idéia da TV Globo era usar todos os recursos de dramaturgia acessíveis. Apenas a emissora líder não contava com o baixo desempenho da protagonista... Com uma bolinha de papel não dá para escrever capítulo muito emocionante, algo que seja digno de novela das 9.

A edição pareceu resultante de vitamina de atleta olímpico e tinha de tudo mesmo: bolinha de papel tocando o lado esquerdo da calva do presidenciável, caminhada de 20 minutos, presidenciável atendendo chamada no telefone celular, presidenciável passando a mão levemente sobre o lado direito da calva, presidenciável entrando na van, depois saindo da van, voltando a caminhar, e tudo isso tendo como pano de fundo bandeiras vermelhas e azuis, gritos, gente alvoroçada.

Depois corta para entrada do presidenciável em hospital, sinais de tontura e as primeiras aspas ouvidas por testemunhas de que "estou meio grogue". Depois saindo de clínica de saúde com médico dizendo que "o candidato não sofreu qualquer arranhão... nada externo".

Foi esse enredo que atravessou os programas dos presidenciáveis. O de José Serra, carregado de dramaticidade, tendo a locução de repórter desconhecida emulando a voz de Ilze Scamparini, aquela correspondente da TV Globo para assuntos do Vaticano e também da Itália em geral. O estilo de enunciar crise cardinalícia ou mesmo morte do pontífice ou então a eleição do novo sucessor no trono de Pedro. Impressiona a avidez com que emissoras de televisão se sentem tão à vontade para criar a realidade que lhes pareça melhor, mais adequada, conveniente ou ao menos plausível.

"Misterioso caso"

Na quinta-feira (21/10), temos discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva embrulhando os parágrafos acima e amarrando todo esse minitiroteiro com barbantes apertados. O aperto de quem denuncia o conteúdo do pacote como farsa, nada mais que farsa. Até o goleiro Rojas, aquele que simulou ter sido atingido por foguete em jogo no Rio de Janeiro, foi mencionado na fala presidencial. Uma vez mais o pano de fundo era desmascarar mais mentiras, mais inverdades, mais falsidade, mais realidade fabricadas.

Na edição do Jornal Nacional de quinta-feira (21/10), repetição de cenas do arquivo do dia anterior acrescidas de aula sobre bolinha de papel, rolo de fita crepe e a teoria pouco convincente – penso – de dois eventos estanques, isolados, completamente distintos. A aula foi ministrada com raro didatismo pelo ex-professor da Unicamp Ricardo Molina de Figueiredo em um veículo e em um horário em que cada segundo vale literalmente ouro em pó. Onde a eternidade é condensada aos 5, 10 ou 15 segundos de matéria levada ao ar.

A TV Globo, ao escolher o especialista Molina, deixou claro que neste jogo quer maior protagonismo. Afinal é o mesmo Molina quem vem abastecendo dezenas de matérias produzidas pelo mesmo Jornal Nacional ao longo das décadas: Seu nome se encontra de alguma forma envolvido com casos como a compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso; o acidente aéreo com os integrantes da banda Mamonas Assassinas; o pagamento de suborno no caso Waldomiro Diniz; as mortes de Celso Daniel e de Paulo César Farias; os atentados do PCC em São Paulo; e o caso da menina Eloá, em São Paulo.

Apesar da notoriedade, em suas aparições na mídia, o ex-professor Molina comumente faz declarações sobre ações da perícia criminal oficial, mesmo sem nunca ter sido perito criminal oficial. Certamente passará a lustrar mais sua fama com este "misterioso caso da bolinha de papel" na reta final da campanha presidencial de 2010.

De joelhos

Chegamos a uma encruzilhada perigosa em que a credibilidade de boa parte de nossa grande imprensa parece uma vez mais afundar: se dispomos das conclusões e se estas parecem sólidas, quase pétreas, por que não montar as variáveis do problema que possam se harmonizar de forma indolor e quase imperceptível com as conclusões? E é um processo retroalimentado diariamente: primeiro surge na coluna do jornalista Merval Pereira, depois ganha mais substância com o comentário da historiadora Lucia Hippolito na rádio CBN e pronto: logo os engenhosos e incompletos raciocínios pautarão as falas do presidenciável José Serra ao longo do dia.

Para chegar a tais conclusões basta um pouco de paciência: visitar os blogs dos citados e conferir vídeos no Youtube do presidenciável, em especial aqueles com suas aparições nos telejornais das TVs Globo, SBT, Record e Band.

O que é mais escasso no episódio é a ausência total de análises profundas sobre o acirramento de ânimos de parte a parte. O excesso de uso dos carimbos contendo palavras como "mentira", "inverdade", "falsidade". Revistas e jornais proclamam completa independência dos partidos postulantes à Presidência da República ao tempo em que os profissionais que assinam as matérias, colunas e também os simulacros de reportagens não fazem outra coisa que fazer diária e semanalmente sua profissão de fé na capacidade e experiência demonstrados por seu candidato ao Palácio do Planalto. Tal profissão de fé é sempre recorrente como recorrente tem sido a demonização do tal "outro lado" que atende também pelo nome de "campanha adversária".

Como linha auxiliar da oposição, parte considerável da grande mídia verbaliza o que pode ser apenas intuído por esta campanha. E se a "campanha adversária" decide não deixar passar em branco tão engenhosa estratégia partidária, então veremos que 10 em 10 vezes esta será atacada como atentatória à liberdade de imprensa, estará mostrando ranço autoritário, demonstrará assimetria entre a liturgia que se espera de detentor de cargo público e a função de militante político.

Ao momento, a profundidade a que me refiro é tal que uma formiga de joelhos poderia atravessar sem o menor risco de afogamento.


Por Washington Araújo ao Observatório da Imprensa


Um golpe que virou levante

Não há como negar que foi uma tentativa de golpe – como reconheceram a Unasul e o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza –, embora incompetente. Enquanto assediavam o presidente, os revoltosos tentaram apoderar-se da Assembleia Nacional e da televisão estatal e depois quiseram matá-lo, o que não faria sentido caso fosse simples reivindicação trabalhista.

O carro blindado que resgatou Rafael Correa foi alvejado por quatro balas e dois soldados que participaram da operação foram mortos pelos revoltosos. Em gravações da frequência de rádio da polícia, supostos agentes instigaram ao assassinato do presidente: “Que matem Correa para que isto acabe!” Outras mensagens tentaram coordenar os sublevados para enfrentar o Exército. A violência gerou ao menos dez mortos e 274 feridos.

Há fundamento para as acusações do governo ao ex-presidente Lucio Gutiérrez. Enquanto o país estava no caos, os três partidos ligados a Gutiérrez elogiaram a insubordinação e ensaiaram movimentos para tomar o poder.

Liderado por um ex-advogado de Gutiérrez, Pablo Guerrero, e pela universitária Alejandra Cevallos, alguns policiais e dezenas de civis ligados ao Partido Sociedade Patriótica (PSP), de Gu-tiérrez, quebraram as portas de vidro da emissora estatal, danificaram o equipamento e invadiram o prédio com a exigência de que os deixassem levar ao ar sua versão dos acontecimentos. Militantes do MDP, frente liderada pelo -neomaoísta PCMLE – Partido Comunista Marxista–Leninista do Equador, afim ao Partido Comunista Revolucionário (PCR) do Brasil –, tomaram dois governos de província, proclamando-se poder popular. O líder do movimento indígena Pachakutik emitiu um comunicado responsabilizando o presidente por “grave crise política e comoção interna” e chamando o Legislativo a destituí-lo.

Parte da mídia aderiu a esse jogo, focalizando os saques e a desordem pela qual culpavam o presidente, enquanto ignoravam as agressões que ele sofria. A Teleamazonas, do banqueiro Fidel Egas Grijalva (Grupo Pichincha), simpática ao PSP, insistiu em que o presidente não estava sequestrado e permanecia lá por sua vontade – discurso repetido pelo chefe da polícia, general Freddy Martínez –, enquanto os policiais agrediam integrantes do governo e populares que tentavam abrir caminho ao hospital.

O governo acusou dez políticos de participação na tentativa de golpe e pediu a prisão de cinco: dois da Sociedad Patriótica – Pablo Guerrero e Fidel Araujo, ex-major e ex-assessor de comunicação de Gutiérrez, acusado de coordenar a revolta (foi filmado falando ao celular durante o movimento) e três do MDP. Foram também detidos 46 policiais e o chefe da guarda parlamentar, coronel Rolando Tapia, conivente com o levante. O general Martínez renunciou.

Ou os setores gutierristas conspiraram para provocar o levante ou tentaram pescar em águas turvas, apostando em uma adesão militar que acabou por se limitar a setores da Força Aérea. Depois de alguma hesitação dos oficiais, que cobraram compromisso de Correa com o reajuste dos soldos dos oficiais (depois -cumprido), o Exército apoiou o governo e salvou o presidente.

Não se pode, porém, falar de enfrentamento claro entre uma esquerda bolivariana e uma direita conservadora, como foi o caso dos movimentos golpistas que fracassaram na Venezuela e Bolívia, venceram em Honduras e ameaçam repetir-se no Paraguai. A rebelião foi deflagrada por medidas de racionalização fiscal denunciadas como “arrocho neoliberal” pela extrema-esquerda e o mais popular líder conservador, o prefeito de Guayaquil, Jaime Nobet (Partido Social Cristão, PSC), rechaçou o golpe.

O ex-coronel Gutiérrez e seus aliados não são exatamente “direita conservadora”. Em 2002, depois de derrubar o presidente Jamil Mahuad (da UDC, centro-esquerda) e derrotarem nas urnas o bilionário neoliberal Álvaro Noboa, representaram uma proposta popular e indigenista, embora esta tenha se diluído ao prosseguir com a dolarização e a política neoliberal do ex-presidente Jamil Mahuad, e afastar-se das esquerdas para se aliar ao PSC. Quando rompeu também com este e tentou buscar o apoio de outros partidos tradicionais (PRE, do ex-presidente Abdalá Bucaram, e Prian, de Noboa), acabou isolado e deposto por seus ex-aliados da direita e da esquerda. Depois recuperou o apoio do Pachakutik e do MDP.

Gutiérrez, ao contrário de Correa, não desafiou os EUA em política externa. Apoiou o projeto da Alca de Bush júnior, prometeu renovar o acordo de Mahuad que lhe cedia a base aérea de Manta e hoje acusa Correa – que integrou o país à Aliança Bolivariana das Américas (Alba), de Hugo Chávez, e despejou o Pentágono de Manta em julho de 2009 – de ser “títere de um projeto internacional totalitário que quer comprar a América Latina com petrodólares”.

Ainda assim, não se pode concluir que Washington incitou o golpe, como acusaram Venezuela e Bolívia – mesmo se o Pachakutik recebeu recursos do National Endowment for Democracy e da Usaid e a polícia do Equador recebe recursos e treinamento dos EUA. O próprio Correa diz não acreditar nisso, embora não descarte que estadunidenses possam estar envolvidos sem conhecimento da Casa Branca.

O nó principal do problema está no impasse entre o desenvolvimentismo da “Revolução Cidadã” de Correa, que quer impulsionar a exploração de petróleo e recursos naturais e as reivindicações ecologistas e autonomistas dos indígenas – um conflito que, sob diferentes formas, ganha vulto em toda a América Latina. Importantes, mas não a ponto de assumir um papel central como na Bolívia, os indígenas do Pachakutik aliam-se a quem lhes faz promessas e tratam o governo como principal inimigo – assim como policiais e funcionários públicos apoiados pelo MDP em suas expectativas ilimitadas.

O personalismo do presidente, por sua vez, o fecha a negociações e o leva a apostar no apoio popular, que cresceu de 53% para 58% após a crise. Pode ser que esta o ajude a isolar a oposição e consolidar-se no poder, mas a solução dos impasses que a originaram ainda não está à vista.


Por Antonio Luiz M.C.Costa, editor de internacional da CartaCapital

Rage Against the Machine - Wake Up

domingo, 24 de outubro de 2010

A banda Rage Against the Machine como muitos sabem é conhecida por suas letra politizadas e o poder de suas músicas nos vocais de Zach e na guitarra de Tom Morello que fazem com que até o mais conformado cidadão se questione. A música a seguir é simplesmente perfeita, lançada ainda no primeiro albúm da banda, ela foi tema do filme Matrix, afinal a letra tem tudo a ver com a mensagem por trás do filme: o chamado para que todos saiam da alienação.



Letra/Tradução

É sempre mais do mesmo...

sábado, 23 de outubro de 2010

Chega a ser deprimente ver o rumo que a corrida presidencial tomou. Enquanto muitos aguardam debates sinceros que discutam os verdadeiros problemas dos brasileiros, tem-se discussões mesquinhas e uma forte pressão de grupos religiosos obrigando candidatos a tomarem certo posicionamento.

Se os grupos religiosos querem realmente expressar sua fé, deviam pressionar os governantes a fazerem reformas estruturais no Brasil, como a garantia de investimento na educação, a qualificação da educação (porque só aumentar o número de professores e colégios técnicos não vai dar qualidade ao ensino), entre outros assuntos, como a reforma agrária e as diretrizes das relações com outros Estados - assuntos que refletem no bem comum, e não na preservação do que você acredita ser certo ou errado, não na política social de Status Quo.

Mas ao invés de tratar todos esses temas que seriam óbvios ao debate político, tratam de temas que nem são de prioridade do poder do presidente e sim do poder judiciário. Como diria Renato Russo: "É sempre mais do mesmo" e enquanto o debate se focar em temas conservadores não teremos candidatos que tragam inovação ao Brasil.



Paulo Souza, 23/10/2010

Verde na Plataforma!

Caros amigos,

>
Os quase 20 milhões de votos para a Marina Silva provaram que políticas ambeintais são fundamentais para os eleitores brasileiros. Agora os candidatos estão fazendo de tudo para ganhar votos verdes!

Nós não podemos deixar Dilma e Serra se safarem com promessas superficiais. Nós temos menos de duas semanas para conseguir compromisos claros nos maiores desafios amientais que o próximo presidente irá enfrentar: mudanças climáticas, desmatamento e investimento em energia sustentável.

Não temos tempo a perder! Clique para assinar a petição pedindo para ambos os candidatos firmarem os seus compromissos ambientais em um debate público:

http://www.avaaz.org/po/verde_nas_eleicoes/?vl

Antes do primeiro turno Dilma e Serra praticamente ignoraram o meio ambiente, mas agora ganhamos a sua atenção. Não importa se já escolhemos o nosso candidato ou não, chegou a hora de nos unirmos acima da política partidária para pressionar ambos os candidatos a terem uma plataforma ambiental forte para lidar com os grandes desafios que o nosso país e o mundo enfrentam hoje.

Nós precisamos de um Presidente que possa provar ao mundo que uma economia emergente pode crescer de forma sustentável, protegendo nossos preciosos recursos naturais ao mesmo tempo. Vamos ser claros no que queremos: alguém que será uma liderança crucial nas negociações climáticas internacionais, alguém que irá proteger o Código Florestal para reverter o desmatamento e um governo que irá investir em energia solar e eólica para reduzir as emissões de carbono.

Nós estamos trabalhando com nossos amigos do Greenpeace para garantir que o nosso recado chegue aos candidatos e que eles sejam assim forçados a responder aos eleitores, colocando o meio ambiente no centro das suas plataformas eleitorais. Nós temos menos de duas semanas para mostrar aos candidatos que nós somos fortes e numerosos, assine agora!


Nós vimos o que a nossa comunidade já fez para combater a corrupção e proteger o meio ambiente. Se continuarmos juntos e crescendo, nós deixaremos claro para o próximo Presidente que as nossas demandas não podem ser ignoradas.

Com esperança,

Stephanie, Ricken, Graziela, Ben, Alice, Mia e toda a equipe Avaaz

Leia mais:

Greenpeace quer debate com Dilma e Serra sobre meio ambiente:

Candidatos buscam os votos de Marina Silva:

Dilma e Serra à caça do voto verde:



Agencia Avaaz

"Serra representa Brasil submisso aos interesses dos EUA"

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Em entrevista à Carta Maior, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira afirma que o processo eleitoral brasileiro está infectado por uma intensa campanha terrorista e uma guerra psicológica promovido pela direita e por grupos de extrema-direita, como TFP, Opus Dei e núcleos nazistas do Sul do país. Para Moniz Bandeira, projeto representado por José Serra é o "do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros".

CM: Qual a sua avaliação sobre o processo eleitoral brasileiro e sobre a disputa que ocorre agora no segundo turno? Como o sr. caracterizaria os dois projetos em disputa?

Moniz Bandeira: O atual processo eleitoral está infectado por uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas direita, mas pela extrema-direita, como a TFP, OPUS DEI e núcleos nazistas do Sul, e sustentada por interesses estrangeiros, que financiam a campanha contra a política exterior do presidente Lula , pois não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Os dois projetos em disputam são definidos: o Brasil como potência econômica e política global, socialmente justo, militarmente forte, defendido pela candidata do PT, Dilma Roussef; o outro, representado por José Serra candidato do PSDB-DEM, é o do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros.

Evidentemente, os Estados Unidos, quaisquer que seja seu governo, não querem que o Brasil se consolide como potência econômica e política global, integrando toda a América do Sul como um espaço geopolítico com maior autonomia internacional.

CM: Falando sobre política externa, o sr. poderia detalhar um pouco mais o que, na sua visão, as duas candidaturas representam?

MB: A mudança dos rumos da política externa, como José Serra e seus mentores diplomáticos pretendem, teria profundas implicações para a estratégia de defesa e segurança nacional. Ela significaria o fim do programa de reaparelhamento e modernização das Forças Armadas, a suspensão definitiva da construção do submarino nuclear e a paralisação do desenvolvimento de tecnologias sensíveis, ora em curso mediante cooperação com a França e a Alemanha, países que se dispuseram a transferir know-how para o Brasil, ao contrário dos Estados Unidos. Essa mudança de rumos, defendida pelos mentores de José Serra em política externa, levaria o Brasil a aceitar a tese de que o conceito de soberania nacional desaparece num mundo globalizado e, com isto, permitir a formação de Estados supostamente indígenas, em regiões da Amazônia, como querem muitas 100 ONGs que lá atuam.

CM: E na América Latina? O Brasil aparece hoje como um fator estimulador e fortalecedor de um processo de integração ainda em curso. Que tipo de ameaça, uma eventual vitória de José Serra representaria para esse processo?

MB: José Serra já se declarou, desde a campanha de 2002, contra o Mercosul, como união aduaneira, e sua transformação em uma área de livre comércio, compatível com o projeto da ALCA, que os Estados Unidos tratavam de impor aos países da América do Sul e que o Brasil, apoiado pela Argentina, obstaculizou. Se a ALCA houvesse sido implantada, a situação do Brasil seria desastrosa, como conseqüência da profunda crise econômica e financeira dos Estados Unidos, como aconteceu com o México.

José Serra também criou recentemente problemas, fazendo declarações ofensivas à Argentina, Bolívia e Venezuela, países com os quais o Brasil tem necessariamente de manter muitos boas relações, goste ou não goste de seus governantes. Trata-se do interesse nacional e não de idiossincrasia política.

CM: Na sua avaliação, quais foram as mudanças mais significativas da política externa brasileira, que devem ser preservadas?

MB: O governo do presidente Lula, tendo o embaixador Celso Amorim como chanceler, considerado pela revista Foreign Policy, dos Estados Unidos, como o melhor do mundo, na atualidade, alargou as fronteiras diplomáticas do Brasil. Seus resultados são visíveis em números: sob o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, as exportações do Brasil cresceram apenas 14 bilhões, subindo de 47 bilhões de dólares em 1995 para 61 bilhões em 2002. No governo do presidente Lula, as exportações brasileiras saltaram de 73 bilhões de dólares, em 2003, para 145 bilhões em 2010: dobraram. Aumentaram 72 bilhões , cinco vezes mais, do que no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Essas cifras evidenciam o êxito da política externa brasileira, abrindo e diversificando os mercados no exterior. Mas há outro fato que vale ressaltar, para mostrar a projeção internacional que o Brasil. Em dezembro de 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, as reservas brasileiras eram de apenas 38 bilhões de dólares... Sob o governo Lula, as reservas brasileiras saltaram de 49 bilhões de dólares, em 2003, para 280 bilhões de dólares em outubro de 2010. Aumentaram sete vezes mais do que no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Tais números representam uma enorme redução da vulnerabilidade do Brasil.

É bom recordar que, logo após o presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurar seu segundo mandato, em apenas seis dias, entre 6 e 12 de janeiro de 1999, o Brasil perdeu mais de 2 bilhões de dólares para os especuladores e investidores, que intensificaram o câmbio de reais por dólares, aproveitando ainda a taxa elevada, e suas reservas caíram mais de 4,8 bilhões bilhões, em apenas dois dias, ou seja, de 13 para 14 de janeiro.

Os capitais, em torno de 500 milhões de dólares por dia, continuaram a fugir ante o medo de que o governo congelasse as contas bancárias e decretasse a moratória. E os bancos estrangeiros cortaram 1/3 dos US$ 60 bilhões em linhas de crédito interbancário a curto prazo, que haviam fornecido ao Brasil desde agosto de 1998. A fim de não mais perder reservas, com a intensa fuga de capitais, não restou ao governo de Fernando Henrique Cardoso alternativa senão abandonar as desvalorizações controladas do real e deixá-lo flutuar, com a implantação do câmbio livre.

CM: O sr. poderia apontar uma diferença que considera fundamental entre os governos Lula e FHC?

MB: Comparar os dois governo ocuparia muito espaço na entrevista. Porém apenas um fato mostra a diferença: o chanceler Celso Amorim esteve nos Estados Unidos inúmeras vezes e nunca tirou os sapatos, ao chegar no aeroporto, para ser vistoriado pelos policiais do serviço de controle. O professor Celso Lafer, chanceler no governo de Fernando Henrique Cardoso, submeteu-se a esse vexame, humilhando-se, degradando sua função de ministro de Estados e o próprio país, o Brasil, que representava. E é este homem que ataca a política exterior do presidente Lula e é um mentores de José Serra, cujo governo, aliás, seria muito pior do que o de Fernando Henrique Cardoso.




South of Border: Ao Sul da Fronteira

quarta-feira, 20 de outubro de 2010




(EUA, 2009, 77min. - Direção: Oliver Stone)

Imperdível!

Finalmente um dos documentários mais esperados do ano! Do aclamado diretor Oliver Stone, "South of the Border" é certamente um filme que irá fazer despertar muita gente!

A imprensa latino americana é por tradição alinhada com a norte americana. Se pensarmos que esses grupos na verdade fazem parte de um mesmo grupo internacional (mídia, petroleiras, farmacêuticas, bancos, etc.), que detém cerca de 80% de todos os canais de TV, das rádios, jornais e revistas do mundo ocidental, fica fácil saber o porquê desse alinhamento.

E não é difícil notar que esse grupo constantemente cria no imaginário coletivo, através de notícias, a ideia de que sempre estamos sendo ameaçados por alguma terrível nação ou ditador, que merecem, por isso, ser alvos de golpes de Estado e Guerras.

Mas, nos últimos anos, a América do Sul mudou radicalmente a forma de ver seus governantes. Apesar de 95% da mídia tradicional massacrar diariamente os presidentes "desobedientes" em relação às políticas dos EUA, todos contam com enorme apoio popular.

Provavelmente o mais desobediente de todos seja Hugo Chávez, e que por isso seja tão demonizado por quase toda a mídia internacional. Essa demonização veio arquitetada justamente por uma das personalidades mais odiadas do mundo: George W. Bush e toda sua equipe de Governo, ligadas às corporações.

O documentário visa justamente quebrar alguns dos mitos criados pela mídia oligárquica, e de desmascarar as mentiras noticiadas frequentemente e trazer uma mensagem de esperança rumo a um caminho que deixaria todos os países latinos muito melhores: A Integração.
(Comentários: Docverdade)

Opções de Download:
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Veja também os documentários relacionados: A Revolução não será Televisionada e Guerra Contra a Democracia

fonte: Docverdade


 

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